"Se fosse minha filha, ia querer a criança viva", diz Bolsonaro sobre aborto

Chefe do Executivo defendeu que se sua filha passasse por situação semelhante à da menina de 11 anos, que realizou aborto após ser estuprada, ele iria optar que a criança ficasse viva

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou neste domingo, 26, acerca do caso da menina de 11 anos que fez aborto após ser estuprada. Ela estava com 22 semanas quando descobriu a gestação em um hospital de Florianópolis. Depois, ficou mais de um mês em um abrigo após ser impedida de fazer o aborto legal. O mandatário disse que se fosse com sua filha, Laura Bolsonaro, também com 11 anos, ele iria querer que a criança ficasse viva. “Minha posição: tenho uma filha de 11 anos. Espero que não aconteça nada com ela. Mas se acontecesse, eu queria que a criança ficasse viva".

“Eu acho que não tem lei que pode dizer que o aborto foi legal. A condição que ela estava, com 7 meses, não podia se falar em aborto. Em hipótese alguma. Não se encaixa nessa questão. No sétimo mês de gravidez?", se posicionou no programa 4x4 no Youtube. A legislação brasileira, entretanto, não faz qualquer restrição temporal quando a gravidez é fruto de estupro.

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"Esse feto, não, criança. Essa criança está no IML. Por meio da injeção. Não deixa de ser uma morte violenta”, afirmou. Estuprada no início do ano, a menina descobriu estar com 22 semanas de gravidez ao ser encaminhada a um hospital de Florianópolis, em Santa Catarina, que se negou a realizar procedimento. Em um primeiro momento, ela teve o direito de aborto negado pela juíza Joana Ribeiro Zimmer. Após repercussão negativa do caso, a jovem conseguiu permissão legal para interromper a gestação.

Contudo, no passado, Bolsonaro demonstrava um outro posicionamento sobre a questão. Ao conceder entrevista para a revista IstoÉ Gente, em 2000, o mandatário declarou que interromper ou não uma gravidez deveria ser de escolha do casal. Chegou até a admitir que já tinha passado por uma experiência relacionada ao tema.

Neste domingo, Bolsonaro disse que, no caso de uma violência sexual contra a mulher, “sempre fica uma dúvida”. “No caso de estupro, sempre fica uma incógnita. Porque a pessoa diz que foi e não sabe dizer quem foi", disse.

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