Bolsonaro requenta ameaça ao Judiciário: "PM seguirá Exército em caso de ruptura"
Pressionado por crise no MEC, pesidente encaminhou para grupos de WhatsApp mensagem que circulou em agosto do ano passado
16:35 | Jun. 25, 2022
O presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou a grupos em que participa no WhatsApp um texto do ano passado, assinado pelo coronel Marcos de Oliveira, presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil), que sobe o tom da pressão sob o Judiciário e é intitulado “PM seguirá Exército em caso de ruptura institucional”.
A informação foi revelada pela coluna Lauro Jardim, do jornal O Globo. A mensagem, encaminhada pelo presidente no momento em que o governo se vê pressionado com a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro (Educação), foi gravada em agosto de 2021, poucos dias antes de uma manifestação bolsonarista convocada para 7 de setembro daquele ano.
O ato marcaria o ponto mais alto das tensões de Bolsonaro com o Judiciário, com o presidente chegando a dizer que não cumpriria ordens do ministro Alexandre de Moraes (STF). Diante da adesão pouco expressiva aos protestos, no entanto, Bolsonaro acabou recuando, com direito a carta de “bandeira branca” articulada por Michel Temer (MDB).
A pauta para convocação dos protestos, no entanto, ficou marcada por claro viés antidemocrático, com a maioria das mensagens e faixas nos atos atacando instituições democráticas ou cobrando o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, diversos bolsonaristas chegaram a inclusive defender que o Estado promovesse uma "ruptura institucional" como a anunciada no texto repassado por Bolsonaro.