Bolsonaro diz que exagerou ao dizer que bota "cara no fogo por ex-ministro, mas põe "mão no fogo"
Antes, presidente disse que Milton Ribeiro deveria "responder pelos seus atos"
12:10 | Jun. 24, 2022
Um dia após dizer que Milton Ribeiro deveria "responder pelos seus atos", o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa do ex-ministro da Educação. Em live transmitida nas redes sociais nesta quinta-feira, Bolsonaro chamou a prisão do ex-auxiliar "de maldade" e afirmou colocar a "mão no fogo" por ele.
"Eu falava que botava a cara no fogo (por Milton Ribeiro). Eu exagerei. Eu boto a mão no fogo, como boto por todos os meus ministros. O que conheço deles, a vivência, dificilmente algum deles vai cometer algum ato de corrupção", disse o presidente, durante live transmitida nas redes sociais nesta quinta-feira, 23.
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Bolsonaro seguiu em defesa de Ribeiro e atribuiu a prisão a uma tentativa de desgastar o governo em período de pré-campanha eleitoral. "(Milton) Nem devia ter sido preso. (Prisão) serviu para desgastar o governo, fazer maldade com a família do Milton. Se tiver algo com o Milton, ele que pague pelos seus atos. Não posso levantar suspeição contra Milton de forma leviana. Tem que ter motivo. ... Tem a (prisão) preventiva e tem a temporária. Deu logo a preventiva para ele ficar preso até a eleição. Depois da eleição, soltava ele. Continuo acreditando no Milton", pontuou.
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Para Bolsonaro, não há "nada de mais" no áudio vazado em que o ex-ministro revela atender pedidos dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura por ordem do próprio presidente. "Uma coisa que ele (Milton) disse publicamente: 'Atendemos a todos os prefeitos. Agora, preferencialmente, os indicados pelo pastor tal, apenas pra dar uma moral pra ele'. Nada de mais", defendeu.
"Não tinha indícios de prova (para prisão). Tinha lá, talvez levantado pelo Coaf, um depósito de R$ 50 mil na conta da mulher ou da filha do Milton, que foi comprovado pelo advogado, pela venda de um carro. Qualquer um pode ter R$ 50 mil na conta. Não tinha materialidade nenhuma para a prisão do Milton", seguiu Bolsonaro, que ainda disse que não houve corrupção como "estávamos acostumados em governos anteriores". O presidente ainda lembrou que o próprio ex-ministro comunicou à Controladoria-Geral da União (CGU) a suposta ação criminosa de Gilmar e Arilton na pasta. A denúncia gerou abertura de investigação.
As falas mostram uma mudança no discurso do chefe do Executivo em relação ao caso. Ao comentar a prisão ontem, o presidente tentou se descolar do escândalo e declarou que o pastor deveria "responder pelos seus atos". Hoje, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), ordenou a soltura do ex-ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, todos suspeitos de operar um esquema de cobrança de propina em troca da liberação de verbas do MEC.
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Bolsonaro lembrou que Renato Borelli, juiz da 15ª Vara Federal de Brasília responsável pela decisão que levou à prisão do ex-ministro, determinou multa de R$ 2 mil contra ele por andar sem máscara na capital federal. Para o chefe do Executivo, esse seria um indício da parcialidade do magistrado.
"O juiz que decretou a prisão foi o mesmo que no ano passado que determinou, cada vez que alguém me visse na rua sem máscara, me multar em R$ 2 mil. Tem várias ações contra o governo", afirmou.