Eduardo Bolsonaro defende juíza que impediu criança de abortar: "Está certa"
O parlamenar defendeu que o bebê poderia ter sido entregue para adoção e disse que o gesto seria algo "muito mais civilizado"
12:21 | Jun. 23, 2022
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a juíza Joana Ribeiro Zimmer "está certa" em tentar convencer uma criança de 11 anos a não realizar um aborto de uma gravidez decorrente de um estupro. A filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou um vídeo realizado por uma influenciadora conservadora chamada de Eduarda Campopiano.
Segundo o parlamentar, a magistrada não errou a tomar a decisão. “A juíza de Santa Catarina está certa. E vale lembrar quem primeiro impediu o aborto foi a equipe médica. Respeitem a ciência”, publicou o parlamentar. “Além disso, o bebê poderia ser entregue para adoção, algo muito mais civilizado do que condená-lo a (sic) pena de morte sem ter culpa de nada”, prosseguiu Eduardo na publicação feita em seu Instagram.
O caso chegou até a juíza após a vítima ter o pedido para interromper a gravidez negado pelo hospital de referência no serviço de aborto legal, o HU da Universidade Federal de Santa Catarina, devido ela estar com 22 semanas. O procedimento no hospital ocorre com gravidez até 20 semanas.
A interrupção de gravidez em casos legalizados não possui limite na legislação brasileira, por exemplo, caso seja identificado bebê anencéfalo (má formação do cérebro), risco de vida para a mãe ou em casos de estupro.
Devido à recusa médica, a família da menina buscou a Justiça para a realização do aborto. O Ministério Público catarinense pediu o acolhimento institucional da menina, sob pretexto de protegê-la do agressor. No entanto, a juíza Joana Ribeiro afirmou que o encaminhamento ao abrigo agora tinha como objetivo de protegê-la do aborto. As informações são dos portais The Intercept e G1.