Quem foi Rosa da Fonsêca, ex-vereadora e militante de esquerda que morreu nesta quarta, 1º

De professora a vereadora, Rosa passeou pelos mais diversos movimentos da classe trabalhadora e estudantil, uma militante ferrenha da esquerda

Ex-vereadora da capital cearense e ex-presa política, Rosa da Fonsêca começou sua trajetória sendo professora. Ensinava as mais diversas matérias: português, matemática, ciências. Ela era contratada como professora licenciada. Na época, a categoria ficava meses sem receber o salário. Foi aí que, aos 18 anos, participou de sua primeira greve, quando lecionava em Quixadá. Era 1967, e esse seria o começo de uma extensa jornada ao lado do movimento estudantil.

Rosa da Fonsêca teve participação na luta estudantil nos anos de ditadura militar no Brasil. Além disso, foi presa e vítima de tortura antes de fundar, em 1973, o grupo Crítica Radical, ao lado de Jorge Paiva, Célia Zanetti, Maria Luiza Fontenele (ex-prefeita de Fortaleza) e outros militantes de esquerda. Rosa também teve grande destaque quando contribuiu para a ação e reorganização dos movimentos sociais nos últimos trinta anos de história política no Brasil. Foi sindicalista e presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará.

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Ela também foi militante favorável à retirada do ex-presidente Fernando Collor do poder. Passeou por partidos como PT, PCdoB e PSTU. Foi eleita vereadora em Fortaleza em 1992, pelo PSB, sendo a segunda vereadora mais votada na capital, com 5.613 votos.

Mais recentemente, Rosa se notabilizou pela ferrenha oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Mesmo estando hospitalizada, ela se manifestou acerca de uma visita do presidente ao Estado. “Será que o Ceará vai receber um fascista, um assassino, um ecocida, genocida, corrupto?”, questionou.



“Impossível falar da Rosa sem falar da ditadura, da Anistia, da reorganização dos partidos, dos sindicatos, da CUT. Dos primórdios das organizações de mulheres no Ceará. Dos governos aos quais se opôs, de Tasso Jereissati, Ciro Gomes e tantos outros. É impossível não falar de seu grupo, não falar de Maria Luíza, de Jorge Paiva, do Crítica Radical”, explicou o jornalista, editor-chefe de Política do O POVO Érico Firmo, ao falar sobre o livro que escreveu sobre Rosa da Fonseca, intitulado com o nome da militante.

Natural do município do município de Quixadá, a cerca de 168 km de Fortaleza, Rosa nasceu em 24 de abril de 1949 e morreu na capital cearense no dia 1º de junho. Ela lutava contra um um câncer no ovário.

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