Orçamento secreto: 75% das emendas apresentadas ao STF foram indicadas por cinco partidos, diz jornal

PP, PL, PSD, União Brasil e Republicanos foram responsáveis pela destinação de aproximadamente R$ 8,4 bilhões em emendas

15:17 | Mai. 12, 2022

Por: Vítor Magalhães
Câmara dos Deputados aprova Medida Provisória que institui o valor de R$ 1.212 para o salário mínimo em 2022. (Foto Cleia Viana/Câmara dos Deputados) (foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Os partidos PP, PL, PSD, União Brasil e Republicanos foram responsáveis pela destinação de aproximadamente R$ 8,4 bilhões das emendas de relator. As legendas foram as mais beneficiadas pelo chamado “orçamento secreto”, prática onde parlamentares indicavam a destinação de recursos do orçamento federal dispensando sua própria identificação.

As informações são do jornal O Globo, que aponta que o valor total destinado pelas cinco legendas supera 75% dos R$ 11 bilhões que aparecem em documentos enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado Federal após determinação da Justiça.

Os dados mostram que o PP, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foi o que mais destinou recursos. Foram mais de R$ 2 bilhões indicados por 55 parlamentares. Dentre eles aparece a mãe do ministro Ciro Nogueira (PP-PI), senadora Eliane Nogueira, que indicou sozinha cerca de R$ 400 milhões em verbas do orçamento.

Em segundo lugar figura o PL, atual sigla do presidente Jair Bolsonaro, com R$ 1,66 bilhão destinados em valores do orçamento secreto. PSD (R$ 1,64 bilhão), União Brasil (R$ 1,62 bilhão) e Republicanos (R$ 1,43 bilhão) aparecem na sequência segundo o levantamento.

PP, PL e Republicanos são legendas que compõem o bloco partidário popularmente conhecido como "Centrão". O grupo foi formado ainda na época da Constituinte (1988) e teve em sua composição diferentes siglas ao longo dos anos.

Dentre as características do bloco estão a proximidade com o Poder Executivo, independentemente de quem esteja governando, e a preferência pelo pragmatismo em detrimento de bandeiras ideológicas.

Embora tenha sua força no número de integrantes, poucos são os deputados que admitem compor o Centrão. Alguns preferem usar o termo “independente”.