Em apoio a Bolsonaro, comandante da Marinha defende auditoria das urnas eletrônicas

Almir Garnier, que esteve em Fortaleza nesta quarta, 11, afirmou que os brasileiros precisam saber se os votos deles realmente serão validados nas eleições deste ano

18:54 | Mai. 11, 2022

Por: Marcelo Teixeira
O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, participa do programa A Voz do Brasil (foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

O comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, sinalizou apoio às falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre auditoria das urnas eletrônicas. “Como comandante da Marinha, eu quero que os brasileiros tenham certeza de que o voto deles vai valer, de que quem eles colocarem na urna vai ser contado e quem eles escolherem de uma forma limpa, transparente, como demanda a Constituição Federal e as leis nacionais, serão validados”. E acrescentou: "Não quero ver o meu povo brigando entre si por dúvidas. Então mais transparência, quanto mais auditoria, melhor para o Brasil, porque nós teremos muito mais certeza do resultado e toda a vida nacional seguirá com mais calma". 

A respeito dos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas, o comandante disse que não é só o presidente que faz críticas ao sistema eletrônico de votos. “O presidente tem feito críticas, mas não é só o presidente que faz crítica, muita gente faz críticas às urnas há muito tempo. O presidente da República é o meu chefe, é o meu comandante, ele tem o direito de dizer o que quiser”, disse em entrevista ao O POVO, durante inauguração da estátua Almirante Tamandaré, nesta quarta-feira, 11.

A fala acontece num contexto de pressão contra as urnas eletrônicas, envolvendo militares que atuam no governo Bolsonaro. A Polícia Federal (PF) sinalizou em um inquérito que os generais e ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria Geral da Presidência da República) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional - GSI) tiveram participação em ações do governo Bolsonaro para colher dados com o intuito de atacar as urnas eletrônicas no Brasil.

Iniciada ainda em 2021, a investigação teve origem após Bolsonaro realizar transmissão ao vivo nas redes sociais para apresentar “provas” de supostas fraudes nas urnas em pleitos anteriores. Na ocasião, o presidente não apresentou as ditas provas, divulgou informações falsas sobre as eleições e atacou o sistema eleitoral. Bolsonaro colocou em xeque a vitória de Dilma contra Aécio em 2014, utilizando um documento de autoria do técnico Marcelo Abrileri.

Relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a investigação ocorre no âmbito de diligências sobre a atuação de milícias digitais no Brasil. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira, 10.


Mais recentemente, em abril último, o presidente propôs que as Forças Armadas atuem no processo eleitoral fazendo uma espécie de dupla checagem da apuração feita pela corte competente. "Não se fala ali em voto impresso. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira e ali naquelas nove sugestões existe essa maneira para a gente confiar nas eleições", disse, durante ato no Salão Nobre do Planalto.

"A gente espera que nos próximos dias o nosso Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas, porque eles nos convidaram e nós aceitamos, estamos colaborando com o que há de melhor que existe entre nós", completou o presidente. 

Com informações da repórter Marília Serpa/Especial para O POVO