"Prejuízo de diversas ordens", diz Izolda após reunião no STF sobre litígio entre Ceará e Piauí
Segundo a governadora, o prejuízo seria "muito especialmente" no tocante "às pessoas na sua história, no seu pertencimento, nas suas raízes".A governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 10, para tratar sobre o litígio territorial entre o Ceará e o Piauí. Izolda participou de numa audiência com a ministra Cármen Lúcia. Ela classificou que a perda dos municípios seria “incalculável” para o Ceará, mas que “nós temos uma posição de confiar no bom senso, naquilo que a realidade evidencia, na possibilidade que o diálogo oferece, nas boas relações que nós temos, relações republicanas, muito cordiais com o estado do Piauí”.
Segundo a pedetista, o prejuízo seria “muito especialmente” no tocante "às pessoas na sua história, no seu pertencimento, nas suas raízes".
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Na semana passada, Izolda havia informado que iria solicitar uma audiência no STF para discutir a polêmica relativa ao litígio entre Ceará e Piauí. O objetivo da reunião seria "defender" o estado. A disputa já dura mais de 20 anos, após ação do estado vizinho, e envolve 13 municípios cearenses, o que corresponde a uma área de 2.821 quilômetros quadrados.
Segundo Izolda, a Procuradoria Geral do Estado, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), já vêm realizando a defesa do estado. Agora, ela quer ir além, se envolvendo diretamente no processo. "Solicitarei uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar sobre o caso e defender nosso Ceará", destacou.
Parte da região que hoje pertence à Serra da Ibiapaba e regiões próximas, no extremo oeste cearense, estão em processo de litígio por causa de ação ajuizada pelo Governo do Piauí. O estado vizinho reclama para si um território de aproximadamente 3.000 km² (cerca de 1,9% do território cearense), onde atualmente vivem 244 mil pessoas.
O Piauí acusa o Ceará de avançar sobre seu território e ignorar documentos históricos, como o assinado pelo imperador dom Pedro II, em 1880, cuja afirmação é de que a região da Serra da Ibiapaba pertence ao Piauí. Para tanto, em 2011, os piauienses ingressaram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicando essa área que fica na divisa entre os dois estados. São 13 municípios envolvidos, dos quais seis podem passar a ser piauienses e sete podem perder parte de sua atual extensão territorial.
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