CPI do Motim: Capitão Santabaia nega participação ou apoio ao motim: "Policial não faz greve"
O militar afirmou que a associação que preside tem 2.167 associados, com renda média mensal de R$ 160 mil. O capitão informou ainda que os pagamentos são feitos, geralmente, por transferência, mas que alguns serviços requerem saques na boca do caixaA CPI do Motim recebeu, na manhã desta terça-feira, 3, o depoimento do presidente da Associação Beneficente de Subtenentes e Sargentos (ABSS), Antônio Nicomedes Santabaia Nogueira Neto. O militar iniciou pronunciamento mostrando as instalações da instituição e, após pergunta do relator, deputado Elmano de Freitas (PT), negou ter participado de alguma paralisação em 2020.
"Eu queria saber se a entidade de vossa excelência preside, colaborou, financiou, apoiou algum desse tipo de atividades", iniciou Elmano. Santabaia disse brevemente: "Não, a gente não participou de movimento nenhum. Militar não entra em greve".
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O militar foi vice-presidente da ABSS de 2008 até 2018, quando assumiu o cargo maior após o falecimento do subtenente Francisco Zé Martins de Medeiros. Ele afirmou que a entidade tem, aproximadamente, 2.167 associados, e uma renda média mensal de R$ 160 mil. O capitão informou ainda que os pagamentos são feitos, geralmente, por transferência, mas que alguns serviços requerem saques na boca do caixa.
"Nós sacamos na boca do caixa, pagamos à vista, alguns com serviços também. A maioria é transferência, mas a gente tem dia que saca na boca do caixa. Como se trata de um clube de lazer, nós precisamos de garçons, churrasqueiro, comprar camarão, comprar peixe, tudo isso é no dinheiro. Garçom quando termina o serviço a gente não pode fazer Pix para ele, a gente paga o dinheiro, tem a comissão também que a gente paga, pessoal da portaria, todo mundo que trabalha no fim de semana ou durante a semana, como pedreiro ou servente, a gente paga o dinheiro", disse Santabaia.
O presidente afirmou ainda que, segundo levantamento, o gasto médio semanal da ABBS fica em torno de R$ 14 mil para pagar as despesas do clube. Questionado pelo relator, Antônio Nicomedes confirmo ter sido chamado pelo então governador Camilo Santana para uma mesa de negociação para buscar um valor para a reposição salarial
"Eu estive lá presente e o governador apresentou um projeto para nós e foi discordado. O governador chamou todos nós, lá nos ouviu e falou primeiro, teve até a presença do prefeito do Sarto (então presidente da Assembleia Legislativa), nos ouviu. Depois de tanta reclamação, eu disse: 'Olha, vocês vão sentar com os detalhes, vão decidir lá'. Até então tinha se proposto até participar, mas não participou, ele: 'Sentem com deputados, os recursos estão lá e os recursos são esses", finalizou.
Em 2020, policiais militares do Ceará fizeram 13 dias de motim, com teve reflexo direto no aumento do número de homicídios no Estado. A proposta acordada não incluiu aumento salarial diferente do que já havia sido proposto. O impacto no orçamento ficou o mesmo já previsto anteriormente pelo Executivo estadual, de R$ 495 milhões. A comissão ficou apenas de negociar eventuais remanejamentos que podem ser feitos nesses recursos.
"Eu queria saber se a entidade que vossa excelência preside colaborou, financiou, apoiou algum desse tipo de atividade. Não, a gente não participou de nenhum movimento, né? Queria dar um aumento em breve", lembrou Elmano. "Não, a gente não participou de movimento nenhum", reforçou o depoente.