Criticado por bolsonaristas, Mendonça explica voto contra Daniel Silveira "como cristão e jurista"
Ministro do Supremo votou pela condenação de deputado pelo crime de coação, mas não acompanhou o relator e defendeu pena de dois anos e quatro meses, em regime abertoIndicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro André Mendonça se tornou alvo de críticas de bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Marco Feliciano (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia. Mendonça votou pela condenação de Silveira pelo crime de coação, mas não acompanhou o relator, Alexandre de Moraes, e defendeu pena de dois anos e quatro meses, em regime aberto. Outro indicado de Bolsonaro, o ministro Kassio Nunes Marques foi o único a votar pela absolvição, por entender as ameaças do parlamentar como meras bravatas. O deputado acabou condenado a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado.
O ministro se explicou nas redes sociais. "Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto."
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Mendonça foi advogado-geral da União e ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Ele foi o ministro cuja indicação o presidente prometeu a segmentos religiosos, e que definiu como "terrivelmente evangélico".
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