Guimarães diz que situação de Ciro nas eleições é "humilhante" e "inusitada"
O deputado federal comentou sobre a aliança PT-PDT e voltou a considerar a possibilidade de o partido "discutir candidatura própria" e lançar um nome à sucessão estadual no Ceará caso a governadora Izolda Cela (PDT) não dispute a reeleição
19:01 | Abr. 20, 2022
O deputado federal José Guimarães (PT) comentou a performance do pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) na corrida eleitoral ao Palácio do Planalto. Em entrevista à Revista Fórum feita em live, o petista afirmou que o ex-ministro se encontra em situação “inusitada” e “humilhante” ao performar com baixa porcentagem de intenção de votos nas pesquisas eleitorais, tendo inclusive menos popularidade que o ex-presidente Lula (PT) no Ceará.
“É uma situação inusitada? Como que um negócio, humilhante né? Eu sou político, eu nos momentos mais difíceis da minha vida pública lá atrás, quando eu disputava a eleição, eu dizia assim: "Eu tenho a obrigação de ganhar na minha terra'. Desde os primeiros momentos das candidaturas do PT, nós sempre ganhamos lá, porque você não dá parte de uma base. Para você representar um projeto nacional tem de ter uma base”, disse Guimarães. A entrevista foi veiculada na terça-feira, 19.
Dados da pesquisa PoderDatada da última semana mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 40% das intenções de voto, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 35%. Em terceiro lugar, Ciro aparece com apenas 5%.
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Aliança no Ceará
A aliança entre PT e PDT no Ceará atravessa divergências sobre a indicação do nome a representar o bloco governista na corrida para a sucessão do Palácio da Abolição em outubro. O PDT apresenta os pré-candidatos Evandro Leitão (presidente da Assembleia Legislativa), Izolda Cela (governadora), Mauro Filho (deputado federal e ex-secretário da Fazenda) e Roberto Cláudio (ex-prefeito de Fortaleza). A definição sobre o assunto deve ficar para o período das convenções partidárias, entre julho e agosto.
Sobre o tema, Guimarães voltou a endossar seu discurso de dias atrás, em entrevista ao jornal Valor Econômico, na qual considerou que, a depender de quem o PDT escolher, o PT pode "discutir candidatura própria" e lançar um nome à sucessão estadual. O petista vem demonstrado preferência pela governadora Izolda Cela (PDT) como "candidata natural" à reeleição.
"O PT lá [Ceará] tem uma opinião já bem consolidada que é em primeiro lugar manter a aliança. Manter a aliança a ferro e fogo? Não. Manter a aliança dentro de alguns critérios que para nós são fundamentais. Nós temos um caminho traçado. Vai dar certo ou não? Depende muito mais do PDT (...) Se tudo isso não der certo, se essa construção não se concretizar, eu falo pra vocês aqui com toda sinceridade e transparência, nós podemos sim ter candidatura ao governo do estado. Seria o plano B", disse o parlamentar.
Segundo Guimarães, para o Ceará, o PT busca priorizar o palanque regional para o ex-presidente Lula e a candidatura do ex-governador Camilo Santana (PT) ao Senado Federal. A estratégia também é eleger de nove a dez deputados estaduais na Assembleia Legislativa e quatro deputados federais. Em relação ao palanque nacional, o deputado projeta que a governadora do Ceará deve comandar o processo de diálogo entre PT e PDT, que deve dividir os votos entre Lula e Ciro.