Convidado da CPI do Motim diz ter sofrido ameaça e vai depor ainda hoje

Os deputados aprovaram a possibilidade de dois depoimentos nesta tarde desta terça-feira, 19

16:41 | Abr. 19, 2022

Por: Filipe Pereira
Elton Regis do Nascimento, policial militar (foto: Reprodução / TV Assembleia)

O presidente da CPI do Motim na Assembleia Legislativa do Ceará, Salmito Filho (PDT), afirmou que o depoente Elton Regis do Nascimento, convidado pela comissão para depor nas próximas, foi ameaçado e pediu para colaborar com sua oitiva ainda nesta terça-feira, 19. Os deputados serão consultados da possibilidade de dois depoimentos nesta tarde.

"Eu recebi aqui uma informação do secretário-geral da CPI de que um convidado que já teve um requerimento aprovado pediu pra se possível ser ouvido hoje ainda por conta de uma ameaça que ele recebeu. Eu obviamente preciso ouvir aqui a CPI, os deputados, membros da CPI e nós ouviremos. Eles se encontram aqui. É o senhor Elton Régis do Nascimento. Portanto eu consulto aqui aos colegas deputados, membros titulares da CPI se nós ouviremos agora logo em seguida ao convidado Sargento Rêmulo ou se nós marcaremos para uma outra oportunidade", disse Salmito.

Elton Regis do Nascimento é policial militar há quase 19 anos, atualmente afastado por questão de saúde. Ele diz ter participado da fundação da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), como associado. Ao longo do tempo, ele diz ter tido divergências com a direção do movimento. O cabo foi Diretor de Inativos do Conselho Fiscal e depois diretor do Setor Financeiro após a saída de Rêmulo Silva de Oliveira.

Aos deputados, Regis detalhou a ameaça:

"No dia vinte e três do mês passado eu me dirigi a uma confeitaria perto da minha residência e estacionei numa rua próxima até porque a confeitaria ela seria contramão pra mim na posição em que eu estacionei. Ao retornar eu encontrei um papel com a inscrição ‘otário’, assim um português bem, não segue vírgula. ‘Como vai a vida”’. ‘Cuidado com o que fala’.

De um determinado tempo pra cá eu não tenho falado de outra coisa em determinados locais a não ser sobre a expectativa do que seria tratado essa CPI e que eu seria ouvido, mesmo porque eu soube através da imprensa e em determinado momento eu meio que desabafei porque fui ouvido no no Ministério Público.

Em nenhum momento a minha associação, a associação da qual faço parte, não me desvinculei laço, ainda sou associado, em nenhum momento eu tive uma orientação e um acompanhamento jurídico. Eu fui ouvido lá sem esse acompanhamento, sem essa assistência. A Associação dos Profissionais de Segurança a APS".

"Eu quero solicitar eh segurança a essas proteção pra vossa senhoria para evitar aí que a algo de pior possa acontecer  com vossa senhoria, com a sua vida", disse o presidente da CPI. 

O depoente disse que atua como soltado por questões até de saúde e disse que esteve na fundação da APS na condição de associado noss primeiros momentos  da associação. Ele então faz críticas inciciais à instituição.

"Naquele momento a gente teve uma expectativa grande de uma nova associação que tivesse um trabalho propositivo de mudança nos rumos através de uma brecha que o Estado deixa. E isso foi acontecendo nos primeiros momentos, mas ao longo do tempo a gente vai tendo divergências, de pensamento, de forma de pensar e de até mesmo de ideologias e às vezes a gente fica caminhando na contramão", afirma Nascimento.