Reginauro diz que nenhuma associação de PM participou de paralisação após negociação com governo
Em março de 2020, apesar do acordo sobre reajuste salarial, grupos de policiais continuaram realizando uma série de paralisações com ocupação de batalhões e tomada de viaturasO vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (União Brasil) negou, nesta terça-feira, 12, em seu depoimento à CPI do Motim na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) que alguma a associação de policiais militares tenha participado de paralisações após o acordo sobre reajuste salarial entre a categoria e o Governo do Ceará, no dia 13 de fevereiro de 2020.
Na época, o Governo do Ceará e os profissionais da segurança pública chegaram a um acordo de reajuste salarial, ficando acertado que seriam pagos R$ 346 milhões em reajuste a policiais militares e bombeiros. Outros R$ 149 milhões, oriundos de gratificações que já são pagas, seriam incorporados ao salário, de modo a evitar variações nos vencimentos dos agentes. Juntos, reajuste e incorporação das gratificações já existentes totalizariam R$ 495 milhões.
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Apesar do acordo, grupos de policiais iniciaram dias depois um motim com ocupação de batalhões e tomada de viaturas. Segundo Reginauro, nenhuma associação apoiou, participou ou financiou o movimento paredista.
"Nenhuma. Nenhuma. Repetindo como eu disse na minha fala inicial, em nenhum ato, após o momento em que alguns militares, não concordando com o acordo que foi firmado pelas lideranças e governo, resolveram pela paralisação. Todas as entidades, não falo apenas de APS, nenhuma entidade representativa desse Estado participou desse evento atendendo a determinação do Ministério Público do Estado do Ceará", disse Reginauro.
"Eu não concordei com eles deputado, eu não concordei com eles e isso estava posto, vossa excelência estava nessa casa quando o governador, então governador do estado, Camilo, a pedido do deputado Noelio, solicitou uma reunião emergencial, porque nós tínhamos em torno dessa casa não um movimento paredista, nós tínhamos uma manifestação de trabalhadores como ocorre em muitas nessa casa, sem que nenhuma viatura da polícia, nenhuma unidade militar do estado do Ceará naquele momento estivesse sem funcionar por conta daquela negociação", complementou Reginauro.
O vereador relata ter recebido o convite do então governador Camilo Santana (PT) até o Palácio da Abolição para prosseguir com as negociação. "Nós dissemos para ele, ‘essa mensagem causou grande insatisfação na nossa base’. Na nossa base, principalmente os soldados, ele [Camilo] propôs que nós solicitássemos que os militares fossem pra casa e continuássemos negociando para rever a tabela de aumentos que foi realizado. Infelizmente os dias que sucederam é o que o senhor falou. Chegamos a um termo que não atendeu as expectativas da nossa categoria", disse Reginauro.