Mudança em direção do Psol Ceará confere ao partido linha menos antipetista

Psol cearense passou a ser conduzido por integrantes do grupo que defende maior aproximação com o PT estadual

A direção do Psol no Ceará tem ensaiado recentemente uma aproximação com o PT estadual. A nova linha de coordenação da legenda socialista vem sendo executada desde a eleição do presidente estadual do partido, Alexandre Uchôa, e da pré-candidata ao governo cearense e secretária-geral da sigla no estado, Adelita Monteiro.

Em setembro de 2021, o Psol cearense passou a ser conduzido por integrantes do grupo Primavera Socialista, do qual Adelita e Alexandre fazem parte. O partido foi fundado em 2004 após ex-integrantes do PT formarem uma dissidência e romperem com o partido e discordância com a reforma da Previdência proposta pelo governo Lula (PT).

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A nova direção do Psol no Ceará entrou no lugar do grupo Insurgência, que defende uma posição de maior oposição ao PT no Ceará e é formado por nomes como o deputado estadual Renato Roseno. Na Assembleia Legislativa (AL-CE), o parlamentar segue oposição ao Executivo estadual e ao ex-governador Camilo Santana (PT).

Adelita Monteiro é um dos nomes que se coloca como entusiasta da aliança Psol e PT, principalmente ao defender uma maior abertura de diálogos com petistas em prol de uma coalizão de partidos de esquerda que garanta vitória de Lula na disputa à Presidência da República. A pré-candidata avalia a aproximação como um processo de amadurecimento do Psol estadual e nacional.

"Nós temos amadurecido muito e percebido que hoje o nosso inimigo em comum é o bolsonarismo, o avanço da extrema-direita e que todos os campos, todas as organizações e partidos do campo progressista são nossos aliados. Então, sem dúvida, essa linha de pensamento antipetista ela tem se enfraquecido bastante no Psol. Eu tenho muito orgulho de ter colaborado com esse amadurecimento aqui no partido", afirma a psolista.

A pré-candidata reconhece a existência de grupos minoritários "que ainda insistem em nuances antipetistas". No entanto, ela avalia que a questão está bastante pacificada e unificada no Ceará.

"Já houve uma resistência maior. Hoje o partido está convencido sobre a importância da construção da unidade, inclusive sobre a necessidade de apoio ao Lula no primeiro turno das eleições. Hoje nós vivemos um clima de muita unidade", afirma.

Durante participação do Jogo Político, em março, Adelita destacou os diálogos que o Psol vem construindo no momento em que as federações partidárias estão sendo formadas, como no caso das negociações com o PT do ex-presidente Lula. Ela disse que a aliança "não se trata de uma imposição do Psol", mas de "um debate necessário".

Renato Roseno, por sua vez, defende que, regionalmente, uma aliança com petistas ainda dependerá bastante do PT sair da aliança com o PDT, em curso desde 2006. Em tom mais crítico ao estreitamento de laços entre Psol e PT, o deputado projeta ainda ser evidente que a atual composição do grupo político governista não deve mudar.

"É muito evidente no PT que ele quer manter essa aliança com esse grupo político que vem dominando o Estado. Mas isso é pacífico no pessoal de que, enquanto eles se mantiverem nesta aliança, obviamente eles estão se distanciando desse bloco que nós gostaríamos de ter, até porque nós fazemos oposição pela esquerda a esse modelo econômico que precisa de uma série de críticas e correções".

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