Presidente e relator da CPI do Motim rebatem críticas de opositores à comissão

Deputados Salmito Filho (PDT) e Elmano de Freitas (PT) foram à tribuna nesta quinta-feira 7, após críticas à CPI do Motim

Os deputados estaduais Salmito Filho (PDT) e Elmano de Freitas (PT), respectivamente presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Motim, rebateram nesta quinta-feira, 7, críticas feitas por parlamentares da oposição que acusam a comissão de atuar com “intenções politiqueiras”. Ambos defenderam o andamento dos trabalhos.

Elmano enfatizou que o deputado Soldado Noelio (UB), único membro da oposição titular da CPI, foi a favor da criação da comissão e que desde então ele é quem faz “discurso político de que a CPI é política”. Segundo Elmano, Noelio estaria nervoso porque “a ocupação de um batalhão ocorreu no dia 18 (de fevereiro de 2020), e dia 17 (do mesmo ano) o presidente da APS assinou um cheque para sacar R$ 89 mil reais”.

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O petista enfatizou que o atual presidente da APS disse em depoimento nesta semana que precisa, por mês, de R$ 5 mil para cobrir despesas. “É óbvio que eu tenho direito de saber, se a entidade precisa de R$ 5 mil, porque sacou R$ 89 mil? E não foi uma vez só não (...) Vossa Excelência acha que pode convencer pessoas inteligentes a não verem a verdade”, disparou referindo-se ao discurso anterior de Noelio na tribuna da Casa.

Já Salmito defendeu a seriedade e isenção dos trabalhos. “Quem não tiver culpa será dito e a associação que presta assessoria jurídica e assistência social merece nosso reconhecimento”. No entanto, entidades que queiram fazer ou tenham feito “papel de sindicato” serão tratadas de maneira distinta segundo o parlamentar, pois esse tipo de atuação é vedada no caso dos militares.

“Papel de sindicato não é errado, a legislação estabelece as funções do sindicato, que pode fazer luta política (...) as categorias têm o direito de se organizar em sindicatos, menos os militares. Porque os militares têm prerrogativas e direitos diferentes. Quem estabelece isso não é o deputado Salmito, é a lei, é a Constituição Federal”, explicou.

O pedetista defendeu ainda que a CPI não tem correlação com questões eleitorais, e enumerou alguns fatores que postergaram a instalação da comissão, como a pandemia de Covid-19 e as eleições municipais de Fortaleza em 2020. “Tivemos meses sem trabalhos presenciais e quando o trabalho híbrido voltou já estávamos à margem das eleições municipais. Se tivéssemos aberto ali era por causa das eleições de Fortaleza. Aguardamos terminar (a eleição), quando foi no início de 2021 íamos começar a CPI e veio a 2ª onda”.

E continuou: “Eu respeito muito a sabedoria do povo. Menosprezar a inteligência do nosso povo, por mais simples que ele seja, ele é sábio. Nosso povo sabe discernir e diferenciar. Essa CPI começou em agosto de 2021 por conta da conjuntura da pandemia”, concluiu.

Com informações do repórter Filipe Pereira.

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