Membro da CPI do Motim diz que investigação é politiqueira e para "desgastar Capitão Wagner"
Nesta semana, CPI revelou movimentações financeiras de pelo menos R$ 2,3 milhões, ao longo de cinco anos, feitas por pessoas ligadas à associação de profissionais de segurança
12:11 | Abr. 07, 2022
O deputado estadual Soldado Noelio (União Brasil) voltou a criticar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Motim instaurada na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Na sessão desta quinta-feira, 7, Noelio foi à tribuna, onde reforçou argumentos de que a CPI tem cunho “politiqueiro”, “eleitoral” e vem para “desgastar” a imagem da oposição.
O parlamentar, com base eleitoral entre agentes de segurança, é do grupo político liderado pelo deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) e saiu em defesa do correligionário. “É CPI para fazer politicagem, para fazer palanque. CPI para gerar manchete de jornal e assassinar reputações (...) Essa CPI é para desgastar a imagem do maior adversário do grupo que está no poder hoje, que se chama Capitão Wagner”, argumentou.
O parlamentar, que é o único da oposição com cadeira no colegiado da CPI, criticou a postura dos membros durante o primeiro depoimento de um presidente de associação, quando a CPI revelou movimentações financeiras de pelo menos 2,3 milhões, ao longo de cinco anos, feitas por pessoas ligadas à Associação dos Profissionais de Segurança (APS).
“Colocaram (o valor) para induzir o cidadão a pensar que o dinheiro era para desviar. Eles não explicam que esses R$ 2,3 milhões são saques ao longo de cinco anos. Isso dá mensalmente R$ 38 mil reais em dinheiro para uma associação que tem dezenas de funcionários e presta serviço para oito mil associados”, destacou, complementando que o dinheiro servia para “comprar comida e o que precisar no dia a dia” e para fazer doações a quartéis “porque o governo do Estado não cuida da sua tropa”.
Ainda na tribuna, Noelio citou a coluna do jornalista Carlos Mazza, do O POVO, que revelou que o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro, aliado do mesmo grupo político e ex-presidente da APS, assinou cheques dias antes do motim dos agentes de segurança em fevereiro de 2020.
“E é crime assinar cheque?”, questionou Noelio alegando que a CPI pratica “assassinato de reputação” mas não apresenta provas de que o dinheiro foi utilizado para fins ilícitos “Cadê a prova? Eu quero que a CPI mostre provas (...) Não é só dizer que sacou o dinheiro e não mostrar provas. Tudo é feito com interesse politiqueiro”, enfatizou.
Com informações do repórter Filipe Pereira.