Após ser citado, Capitão Wagner critica uso de CPI "para fins eleitorais"

O presidente do União Brasil no Ceará destacou ainda já ter trabalhado para evitar que a associação fosse utilizada para fins políticos

16:35 | Abr. 05, 2022

Por: Filipe Pereira
Capitão Wagner (foto: FABIO LIMA)

O deputado federal licenciado Capitão Wagner (UB) criticou condução do primeiro depoimento da CPI do Motim que ouviu, nesta terça-feira, 5, o policial Cleyber Barbosa Araújo, presidente Associação dos Profissionais de Segurança (APS). O presidente do União Brasil no Ceará (UB-CE) acusou os parlamentares da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) de trabalhar pelo interesse político dos responsáveis pelos resultados negativos na segurança pública cearense.

"Causa estranheza que, mesmo com os graves problemas que o Ceará enfrenta, como ter mais de 5 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza, ser o segundo Estado mais violento do país, ter o maior número de perda de vidas por Covid da região Nordeste, a Assembleia Legislativa feche os olhos para o sofrimento dos cearenses e passe a trabalhar pelo interesse político dos responsáveis por esses resultados negativos", respondeu o pré-candidato ao governo estadual, em nota.

Wagner disse, porém, não estranhar que "parte dos deputados da Casa estejam utilizando uma CPI para fins eleitorais, em razão do pleito que se aproxima". "O eleitor não é bobo e o cearense é mais inteligente do que eles pensam e, também por isso, não caem mais nesse jogo antigo e retrógrado de quem quer desviar a atenção do que realmente importa, que são os problemas que nós cearenses enfrentamos todos os dias", afirmou. 

O presidente do União Brasil no Ceará destacou ainda já ter trabalhado para evitar que a associação fosse utilizada para fins políticos. "Cabe esclarecer que, quando presidente da Associação dos Profissionais de Segurança, de 2013 a 2014, modifiquei o estatuto da entidade para que nenhum deputado estadual e federal faça parte de sua diretoria. Esclareço também que estarei vigilante e tomarei as medidas judiciais cabíveis para não permitir ilações que sejam utilizadas para criar falsas narrativas que envolvam o meu nome", acrescentou.

Na manhã desta terça, o relator da CPI do Motim, deputado Elmano de Freitas (PT), afirmou que a APS, presidida por Cleyber Barbosa, faz parte de "um braço político de um grupo político partidário", da qual integram Wagner, o deputado Soldado Noelio (UB) e o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro.

O petista mostrou uma série de slides e alegou que a instituição de policiais tem a prática de sacar dinheiro na boca do caixa e que seu diretores usaram empresas fantasmas para financiar os protestos que culminaram nos motins de PMs em 2020.