Bolsonaro diz que às vezes 'embrulha estômago' para cumprir lei
"Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar nas quatro linhas da Constituição, mas eu jurei e não foi da boca para fora", afirmou durante ato com tom eleitoreiro neste domingoO presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo que tomará decisões "contra quem quer que seja" se tiver apoio de seu "exército" de apoiadores no que chamou de "luta do bem contra o mal". Em ato do PL em Brasília de tom eleitoreiro e marcado por conotação religiosa, Bolsonaro também disse que seu estômago às vezes "embrulha" ao cumprir a Constituição.
"Para defender a liberdade e a nossa democracia, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso, é que eu tenho um exército ao meu lado, e este exército é composto de cada um de vocês", declarou o presidente no ato. "Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar nas quatro linhas da Constituição, mas eu jurei e não foi da boca para fora", acrescentou, reforçando a tese dele de que seus adversários políticos e até mesmo a Justiça brasileira descumprem a Carta Magna.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Para Bolsonaro, o "inimigo" do País é interno, e não externo. "Não é uma luta da esquerda contra a direita. É uma luta do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta", seguiu o presidente, com um discurso que pouco empolgou os apoiadores presentes.
O ato do PL em tom eleitoreiro veio no mesmo dia em que o partido conseguiu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma decisão liminar para proibir manifestações políticas no festival de música Lollapalooza, após artistas como Pabllo Vittar exaltarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas apresentações. Lula é líder nas pesquisas de intenção de voto e o principal adversário de Bolsonaro nas eleições presidenciais deste ano.
Bolsonaro também voltou a pôr em dúvida pesquisas de intenção de voto, embora o governo se paute nos levantamentos para direcionar as políticas públicas em ano eleitoral. "Uma pesquisa mentirosa publicada mil vezes não fará um presidente da República", afirmou, em uma referência indireta à liderança de Lula.
Ainda no discurso deste domingo, o chefe do Executivo destacou que é preciso ter "lideranças sérias" no Brasil. "O povo é parte mais importante desse processo. A segunda parte mais importante sou eu, são os governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores também".
Ministros de Bolsonaro compareceram em peso no ato do PL, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Tereza Cristina (Agricultura). Diante da tentativa da campanha do presidente para reduzir a rejeição de Bolsonaro junto às mulheres, a primeira-dama, Michelle, também compareceu. Cotado para ser vice do presidente na eleição deste ano, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, não foi ao ato.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente