Heitor Férrer negocia filiação com MDB, mas mantém preferência por União Brasil

Procurado pelas duas legendas, o deputado estadual diz temer que o MDB possa futuramente integrar a base do governo estadual, o qual ele mantém oposição

O deputado estadual Heitor Férrer (SD) mantém diálogos com dois partidos para se filiar durante o período das janelas partidárias: o MDB e o União Brasil, legenda recém-homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao programa Jogo Político, o parlamentar disse ter sido procurado tanto pelo ex-senador Eunício Oliveira (MDB) quanto pelo pré-candidato ao governo estadual Capitão Wagner, que hoje está no Pros, mas com malas prontas para desembarcar no União Brasil, pretendendo presidir a nova legenda no Ceará. A conversa com ambos já está agendada. 

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Atualmente, o deputado tem reclamado da dificuldade na escolha de um novo partido político para viabilizar sua reeleição para a Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Em 2018, Férrer aceitou o convite de Genecias Noronha e deixou o PSB para integrar o Solidariedade.

Apesar de sua boa relação com a legenda, sua permanência na sigla se tornou uma grande questão devido a dificuldade em viabilizar, pelo partido, sua campanha para um quinto mandato na AL. Opositor histórico dos Ferreira Gomes, Férrer descarta ainda qualquer aliança com legendas que estejam no grupo de alianças do governo de Camilo Santana (PT).

"Sobrou o que? O MDB e a formação do partido novo União Brasil, porque eu não vou para o PL, não vou para o PTB que é da base de Bolsonaro e não vou para a base do Lula e do Cid. E o que nos restou? O MDB, a quem eu tenho gratidão e amizade ao Eunício Oliveira que nos ligou. Wagner nos ligou e vamos conversar", disse o parlamentar.

 

Procurado pelas duas legendas, é no União Brasil onde Férrer diz ter mais segurança até o momento. "O MDB uma dúvida que eu tenho é se amanhã ele não fará uma composição com a oligarquia. E já pensou eu não ter uma garantia de que o partido que eu me filie amanhã esteja em coligação e apoiando a uma oligarquia que eu abomino?", ponderou. 

Questionado sobre a tendência de Wagner em apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), Heitor negou que tal questão deva se confirmar. O parlamentar avaliou que o deputado federal deverá manter apoio ao futuro candidato do União Brasil à Presidência da República, legenda a qual o líder da oposição cearense deve liderar nos próximos meses.

"Eu não acredito. O União Brasil, e eu desejo que assim aconteça, deverá ter uma candidatura à Presidência da República. Por isso que eu acho que o União Brasil não apoiará, isso é 99,9%, o presidente da República Jair Bolsonaro", destacou Férrer. Segundo o deputado, Wagner será chancelado para o comando do União Brasil pelo deputado Luciano Bivar (PE), presidente nacional da legenda e agora pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Para formar palanque no Ceará, Férrer destacou que Bolsonaro deve recorrer ao PL para montar suas bases eleitorais. Com a presidência do prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, a legenda, segundo Heitor, ainda deve oficializar um candidato próprio ao Palácio da Abolição.

"O PL deverá ter um candidato ao Governo do Estado para que o presidente Bolsonaro tenha o seu palanque. Porque não é possível que um presidente da República não considere ter, no estado como o Ceará, tendo à frente do partido o Acilon, esse palanque para vir aqui pedir voto", disse Heitor Férrer.

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