Capitão Wagner se afasta da Câmara para disputar governo do Ceará: "Maior desafio da minha vida"

Nas eleições do Ceará deste ano, o parlamentar é o principal adversário da oposição contra grupo governista, atualmente liderado pelo governador Camilo Santana (PT)

14:37 | Mar. 15, 2022

Por: Filipe Pereira
Capitão Wagner (foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados)

O deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato ao governo do Ceará, pediu nesta terça-feira (15), uma licença do seu mandato na Câmara Federal pelos próximos quatro meses para disputar as eleições de outubro. Quem assume o posto é o deputado federal suplente Nelho Bezerra (Pros), do município de Iguatu, região do Centro Sul do Ceará.

Nas eleições do Ceará, Wagner é o principal adversário oposicionista do grupo governista, atualmente liderado pelo governador Camilo Santana (PT), que deve se desincompatibilizar nas próximas semanas para tentar vaga no Senado Federal. Até o momento, o PDT ainda não definiu qual candidato deve representar o grupo para a sucessão ao Palácio da Abolição. 

“Esse é o maior desafio da minha vida, portanto, preciso de dedicação em tempo integral para ouvir os cearenses, construir um plano de governo com propostas que tragam efetivamente a resolução para os problemas do nosso Ceará", pontua Capitão Wagner. Em nota, o parlamentar já considera que deve assumir o comando do União Brasil, partido resultante da fusão entre DEM e PSL e aprovada unanimemente pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O megapartido presidido por Luciano Bivar, do antigo PSL, e dirigido nacionalmente por ACM Netto, do extinto DEM, contará ainda com oito senadores e três governadores. A robustez partidária se manifesta também nas Assembleias Legislativas dos Estados, onde contam com 129 deputados estaduais. O União Brasil herda também 552 prefeituras em todo o País, o equivalente a 10% dos municípios.

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Assim, nova legenda nasce como a maior do Brasil, com a maior fatia do fundo eleitoral para as campanhas pelo País. Apesar de perder parlamentares, a sigla permanece muito grande. Segundo Wagner, o trabalho agora é organizar a legenda no estado

"A prioridade nesse momento é organizar o União Brasil. A gente vai assumir a presidência, nomear diretório e filiar os pré-candidatos a deputado estadual e deputado federal. Quando estiver tudo organizado, vamos tratar de aliança com os demais partidos", adiantou o Capitão Wagner, em entrevista ao O POVO. No planejamento dele, as alianças devem ser tratadas apenas em abril.

O mês de março deve ser decisivo para o grupo oposição ao governo do Ceará. Com o início das janelas partidárias, que permite a mudança de legenda sem que isso implique infidelidade partidária e consequente perda de mandato, um dos grandes questionamentos é qual o saldo político que o União Brasil terá no Estado para se tornar competitivo para disputa da sucessão de Camilo Santana. 

Nos bastidores, para integrar o UB, Wagner já tem como certa a migração de políticos do PSDB cearense. Entre os nomes acertados, estão o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, os deputados estaduais Nelinho e Fernanda Pessoa, além do deputado federal Danilo Forte.

No Pros, a perspectiva é que a sigla perca para o União Brasil grande parte de seus integrantes que devem tentar cargos eletivos este ano. Devem aproveitar as janelas partidárias os deputados federais Vaidon Oliveira e Agripino Magalhães (suplente), o vereador Julierme Sena, os deputado estaduais Soldado Noélio e Tony Brito, além de Nelho Bezerra (suplente) e Coronel Bezerra.

Contudo, o grande desafio em prol da garantia de uma aliança mais robusta é atrair apoio do PL na campanha de oposição. Após permanecer nas mãos do prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, o partido que atualmente abriga Jair Bolsonaro, está dividido entre a ala bolsonarista e uma outra governista.