Mayra Pinheiro ironiza aglomeração em shopping no Carnaval e critica Tasso
Em publicação, Mayra questiona ter sido "incriminada" pelo tucano, então membro da CPI da Covid no Senado, instalada em 2021 para apurar crimes envolvendo ações e omissões do governo federal durante a pandemia
14:12 | Mar. 02, 2022
A ex-secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", usou as redes sociais para lançar críticas ao seu antigo correligionário e padrinho político, o senador licenciado Tasso Jereissati (PSDB). A médica é futura candidata a deputada federal pelo estado do Ceará nas eleições de outubro deste ano.
Em publicação, Mayra questiona ter sido “incriminada” pelo tucano, então membro da CPI da Covid no Senado, instalada em 2021 para apurar crimes envolvendo ações e omissões do governo federal durante a pandemia. A pediatra acusa o parlamentar de agir arbitrariamente nas investigações e, ao mesmo tempo, permitir evento no Shopping Iguatemi, do qual é dono, com aglomerações durante os festejos de Carnaval. "Pensei que era o Carnaval de Paracuru, mas era o Iguatemi hoje", ironizou.
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“Na CPI da Covid, a Dra Mayra Pinheiro foi incriminada pelo senador Tasso Jereissati, dono do shopping Iguatemi do Ceará, por desacatar as recomendações da OMS e de outras organizações que se apregoam ‘autoridades científicas’ nacionais e internacionais. Hoje, alguns meses após o término da CPI, e ainda com o Ceará registrando centenas de casos de Covid-19, o Shopping Iguatemi promove uma festa de carnaval com grande aglomeração de crianças e adultos sem máscaras e em local fechado”, escreve a pediatra.
A médica reforçou sua defesa em prol da autonomia médica para definir critérios técnicos e condutas para o enfrentamento da pandemia. O discurso foi proferido por profissionais da saúde que apoiam o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. A médica lembrou ter sido chamada de “negacionista e genocida”. “A guerra nunca foi para salvar vidas durante uma pandemia, mas para destruir um governo eleito democraticamente e seus técnicos e apoiadores”, escreveu Mayra, apoiadora de Bolsonaro.
Mayra Pinheiro teve apoio do senador Tasso Jereissati em campanhas eleitorais no Ceará, inclusive nas eleições de 2018, quando disputou vaga no Senado Federal, indicada pelo PSDB. Contudo, ela é hoje uma das cearenses mais comentadas no governo Bolsonaro. Em sua atuação na CPI da Covid, além de ter participado da oitiva da pediatra, o tucano teve uma atuação bastante crítica ao posicionamento do presidente da República durante a pandemia.
Em relatório aprovado em outubro, a CPI da Covid-19 no Senado pediu ao Ministério Público o indiciamento da secretária, apontando os crimes de epidemia com resultado morte e prevaricação, quando o funcionário público deixa de agir em razão do interesse público. Meses antes, ela tinha prestado depoimento aos senadores da comissão.
Os senadores apontaram, ainda, que Mayra cometeu crime contra a humanidade. Ela chegou a acionar o STF e pedir investigação contra a cúpula da CPI por violação de sigilo funcional e dano emocional à mulher. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou pela rejeição do pedido.
Em crise com o PSDB, no início de fevereiro, Pinheiro acompanhou o coronel PM Antônio Aginaldo de Oliveira, comandante da Força Nacional, e confirmou sua filiação ao Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro.