Moro defende união da terceira via, mas diz que não quer abrir mão de candidatura

Durante participação em seminário promovido pelo banco BTG, em São Paulo, Moro disse que uma possível eleição de Bolsonaro ou de Lula pode levar o país a um cenário de violação dos princípios democráticos

12:02 | Fev. 23, 2022

Por: Filipe Pereira
Sérgio Moro (foto: FABIO LIMA)

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos), afirmou, nesta terça-feira, 22,  que não pretende abdicar de sua pré-candidatura em favor de um projeto único da terceira via. No momento, o ex-ministro da Justiça é, ao lado de Ciro Gomes, um dos mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto dentre os presidenciáveis que se apresentam como integrantes do centro democrático.

Durante participação em seminário promovido pelo banco BTG, em São Paulo, Moro disse que uma possível eleição de Bolsonaro ou de Lula pode levar o país a um cenário de violação dos princípios democráticos. “Acho que é essencial a união contra os extremos. Se a gente não fizer as reformas modernizantes, vamos ter essa mesma conversa daqui a quatro anos num cenário pior”, afirmou.

Logo depois, o presidenciável pediu a união dos postulantes da "terceira via". “Acho muito factível que possamos nos unir em algum momento desse ano para enfrentar esses extremos, na minha opinião já deveríamos estar unidos, esses extremos têm máquinas de destruição", disse, ao usar como exemplo o governador de São Paulo João Doria (PSDB), atacado por bolsonaristas devido às vacinas.

"Mas estou em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e não faz sentido eu abdicar dessa candidatura para vencer os extremos”, afirmou o ex-juiz, sob aplausos da plateia, formada por profissionais do mercado financeiro. Doria estava na plateia e tinha previsão de participar de um painel no final da manhã.

Moro sugeriu que Bolsonaro “sabota” a agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que não haverá aprovação de reformas caso Bolsonaro seja reeleito. “A agenda do Paulo Guedes pode ser uma, a do presidente é completamente diferente. Ele é um liberal que está em um governo iliberal, é a mesma situação em que eu estava dentro do governo”, disse.