Ciro diz que para "desarrumar" o Ceará basta eleger governador "comprometido com milícia"
Ele não citou nominalmente o pré-candidato da oposição, Capitão Wagner (Pros), embora seja ele o único que tenha vínculo com a Polícia Militar do Ceará (PMCE)
01:25 | Fev. 22, 2022
Um dos líderes do bloco que governa o Ceará, Ciro Gomes (PDT) afirmou que, para "desarrumar" o Estado, basta que se eleja "um estagiário comprometido com milícia policial" como sucessor do governador Camilo Santana (PT) nas eleições deste ano.
Ele não citou nominalmente o pré-candidato da oposição, Capitão Wagner (Pros), embora seja ele o único dos pretendentes ao Executivo estadual que tenha vínculo com a Polícia Militar do Ceará (PMCE).
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Ciro falava das quatro pré-candidaturas do PDT ao Palácio da Abolição, afirmando que a tarefa que se impõe ao grupo é de ir às bases entender o que pensa o eleitor, numa discussão sobre erros e acertos da gestão estadual.
"Porque desarrumar isso aqui é ligeiro demais, é só botar aí um estagiário comprometido com milícia policial, com banditismo etc, etc, para você ver que em seis meses o Ceará vai virar o que a maioria dos estados hoje é: ilíquido e atrasado", afirmou em coletiva o ex-governador e presidenciável.
Na entrevista à imprensa concedida no Lide Ceará, no Hotel Gran Marquise, onde esteve para falar sobre o Brasil a empresários locais, Ciro ainda afirmou que o Estado celebra os melhores indíces de educação do País.
Os problemas na segurança pública, ele reafirmou, são derivados dos motins de parte da PM do Ceará em 2011-2012 e 2020. Um "partido político de facínoras" se alojou na PM, na definição do ex-ministro. "Felizmente boa parte deles já foi expulso da Polícia." Ele afirmou que isso será transmitido ao povo na disputa eleitoral.
Ciro propôs ao O POVO, em entrevista recente, que cruzasse dados para observar a suposta relação entre os motins e a escalada da violência no Ceará (o resultado pode ser visto aqui). Wagner, por sua vez, rebateu. Afirmou que toda semana um governista é escalado para lhe atacar.
Prestes a migrar para o União Brasil, ele prepara campanha fortemente ancorada na segurança pública, cujo um dos slogans será "Ceará sem medo". Os episódios de violência em Fortaleza, principalmente, têm sido abordados com frequência por ele nas redes sociais.
"Onde é que a gente errou e precisa consertar? Se alguém tem autoridade moral para ser humilde nessa conversa com o povo, é nossa corrente. São onze partidos. Nesse momento nos lidera o governador Camilo Santana e o PDT vai ter, pelos entendimentos, o direito de indicar o candidato ou candidata numa dinâmica que já começou, que é essa de interagir com a população e ver o que a população considera melhor", encerrou Ciro.