"Tem que convencer o PT", diz José Airton sobre fala de Lula a respeito de Camilo

22:11 | Fev. 17, 2022

Por: Henrique Araújo
José Airton Cirilo e Camilo Santana em reunião no Palácio da Abolição (foto: DIVULGAÇÃO)

Voz dissidente dentro do PT quando o assunto é manutenção da aliança com o PDT para as disputas eleitorais deste ano, o deputado federal José Airton Cirilo afirma que, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também confia em Camilo, mas que o governador terá de convencer o partido de que o nome pedetista é o melhor para a aliança.

"Como o Lula, nós também confiamos no governador Camilo, e a pessoa em quem ele confiar, como Lula disse, tem que convencer o PT", comenta o parlamentar.

Em entrevista nesta quinta-feira a uma rádio de Juazeiro do Norte, Lula declarou que "Camilo tem que fazer a política que é conveniente para o estado do Ceará" e que "ele pode compor, não sei com quem ele vai compor".

"Sei que ele vai ser candidato ao Senado, que vai escolher o candidato para sucedê-lo e que será uma pessoa que ele confia", respondeu o ex-presidente, acrescentando: "Se ele confia, ele precisa convencer o PT a confiar, e aí nós vamos estar juntos".

Dentro da legenda, uma ala menos expressiva, mas muito vocal, liderada por Cirilo e a também deputada federal Luizianne Lins, tem encampado a bandeira da candidatura própria ao Abolição, encerrando aliança entre PT e PDT.

Localmente, porém, o partido tende a endossar o arranjo defendido por Camilo, de composição com o partido de Ciro e Cid Gomes.

Ainda de acordo com Cirilo, Camilo tem diante de si "a tarefa de fazer uma concertação política interna do PT, com as lideranças do partido", a fim de "a gente construir a unidade partidária em torno do nome em quem o governador confiar".

Para ele, as declarações de Lula apenas reiteram a necessidade de que o candidato à sucessão do governador expresse as necessidades e o programa dos partidos que integram o bloco governista.

"Ficou claro esse bem-querer do presidente Lula, reconhecendo o papel do Camilo e, ao mesmo tempo, colocando para o partido a responsabilidade do governador de discutir internamente para que o nome que ele confie possa ter a confiança do PT também", conclui.