Na Rússia, Bolsonaro participa de cerimônia em homenagem a soldados comunistas

Desde a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro promete livrar o Brasil do socialismo e do comunismo; "Nossa bandeira nunca será vermelha" foi uma das frases fortes do presidente

O presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou a programação de sua viagem oficial à Rússia, nesta quarta-feira, 16, participando de uma cerimônia onde uma coroa de flores é levada ao Túmulo do Soldado Desconhecido; protocolo formal em viagens de chefes de Estado ao país. O monumento recorda as vitórias da União Soviética e faz alusão aos soldados comunistas mortos durante a Segunda Guerra Mundial na luta contra o nazismo.

Desde a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro prometia livrar o Brasil do socialismo e do comunismo e desde então ele e seus apoiadores ventilam, em algumas ocasiões, uma suposta ameaça comunista no Brasil. “Nossa bandeira nunca será vermelha” foi uma das frases fortes do presidente em seus discursos nos últimos anos.

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Recebem o nome de "Túmulo do soldado desconhecido" os monumentos erguidos em diversas nações para honrar a memória de soldados que morreram durante tempos de guerra e que não foram identificados. No caso russo, a obra fica próximo ao Kremlin (sede do governo) e homenageia os membros do Exército comunista.

Bolsonaro foi à Rússia para encontrar-se com o presidente Vladimir Putin, em meio à tensão na fronteira entre Rússia e Ucrânia. O encontro, ocorrido em Moscou, trata-se de uma reunião bilateral onde o presidente brasileira tenta atender aos interesses de alguns setores brasileiros, como o agronegócio e a Defesa.

Já em Moscou, Bolsonaro declarou-se solidário à Rússia, sem especificar do que se tratava sua solidariedade, e se disse honrado pelo convite feito ainda no ano passado. “Somos solidários à Rússia. Queremos muito colaborar em várias áreas, defesa, petróleo e gás, agricultura (...) Tenho certeza que esta passagem por aqui é um retrato para o mundo que nós podemos crescer muito as nossas relações bilaterais”, afirmou.

Eles sentaram lado a lado e conversaram, com o auxílio de intérpretes. Os russos fizeram uma série de exigências sanitárias, como a realização de cinco testes de Covid-19 para a comitiva brasileira para que o encontro ocorresse com mais proximidade física.

Líderes europeus encontraram-se com Putin, nos últimos dias, com uma longa mesa os separando. “É uma alegria recebê-lo, senhor presidente. Espero que nosso encontro seja produtivo. É muito importante porque o Brasil é o principal parceiro na América Latina”, disse Putin.

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