"PT tem que botar a sandalinha da humildade", diz Jaques Wagner sobre clima de eleição já ganha
"Muita gente em 2018 foi dormir com a faixa e acordou derrotada", disse o senador petista em entrevista ao O Globo
13:00 | Fev. 15, 2022
O pré-candidato ao governo da Bahia, senador Jaques Wagner (PT), afirmou ao O Globo que o nome de Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Lula ainda não está pacificado dentro do partido, mas defende que o ex-governador de São Paulo cumpre um requisito essencial ao posto: “ser complementar ao presidente”.
"Você já viu o PT aquietar? O PT é buliçoso. O nome do Alckmin brotou de um estado importante. É a maior economia do país, a maior população, o maior eleitorado... Lógico que passou pela eventual disputa do governo do estado (em São Paulo), tudo contou. Mas, se você perguntar se está consagrado, não está. Você com certeza vai encontrar gente do PT dizendo: 'Ele (Lula) não precisa disso, tem popularidade'", declarou o senador.
O parlamentar alertou ainda que os integrantes do PT devem “botar a sandalinha da humildade” e evitar um clima antecipado de vitória em meio à vantagem que indicam as pesquisas eleitorais para o ex-presidente Lula. "Muita gente em 2018 foi dormir com a faixa e acordou derrotada", disse.
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"Eleição não é peru de Natal, não morre de véspera. Eleição tem que trabalhar até a abertura das urnas. Muita gente em 2018 foi dormir com a faixa e acordou derrotada. Não brinco com isso, até me preocupo. Vamos botar a sandalinha da humildade. Botar os argumentos na cabeça. Muita gente no PT fala que tem que bater no presidente (Bolsonaro). Por mim, eu nem toco o nome dele. O que ele tem ruim já está consolidado. Eu não sou dos que acham que um acerto ou outro da economia ou programa social vão impulsioná-lo."
Para ele, que considera Sergio Moro (Podemos) um adversário mais fácil a ser batido do que o presidente Jair Bolsonaro (PL), em caso de segundo turno, o Centrão, inevitavelmente, será atraído para a base em um eventual governo do PT.
"Se me perguntarem: “Qual é o melhor adversário?” O melhor adversário para enfrentar o Lula no segundo turno é o Moro. Porque o Moro é a mentira que cada vez fica maior. E ele não tem um grupo de adeptos como o outro (Bolsonaro) tem."
"Ele não tem esse exército de seguidores e não tem nada de político. Como eu acho que a última opção do povo por alguém que não era da política não deu muito bom resultado, eu não sei se vão optar de novo. É a velha música do cada macaco no seu galho. Ele não entende muito disso daqui. O outro (Bolsonaro) também chegou dizendo que ia botar a banca e virou isso aí, orçamento secreto... Essa é a nova política que se instituiu pelo neófito da política", completa.