Ex-ministro petista Celso Amorim defende viagem de Bolsonaro à Rússia
Amorim considerou que seria um "sinal de submissão" aos norte-americanos um eventual cancelamento da agenda prevista desde o ano passado
16:22 | Fev. 15, 2022
O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que atuou no governo do ex-presidente Lula, considerou acertada a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de manter viagem à Rússia mesmo com a escalada de tensões com potências ocidentais envolvendo as regiões de fronteira com a Ucrânia. A informação foi divulgada pelo blog da Bela Megale, do jornal O Globo.
De acordo com o blog, Amorim considerou que seria um “sinal de submissão a uma agenda de Washington (EUA) que não tem cabimento” um eventual cancelamento da agenda prevista desde o ano passado. Bolsonaro desembarcou na Rússia nesta terça-feira, 15, e deve encontrar-se com Putin, em Moscou, em algum momento da próxima quarta-feira, 16.
O ex-chanceler dos governos petistas disse ainda que trata-se da “viagem certa, no momento certo, com a pessoa errada, mas é a pessoa que tem, né?". Amorim disse que em outros momentos da história o Brasil poderia integrar ações com nações para mediar uma solução na crise russo-ucraniana, mas descartou a possibilidade com Bolsonaro.
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“Bolsonaro vai lá cuidar de fertilizantes, que, para ele, está de bom tamanho, pois não tem capacidade de uma atuação mais ampla”, declarou.
O governo brasileiro esteve alinhado com os Estados Unidos durante os dois primeiros anos de gestão federal, quando os norte-americanos eram chefiados pelo então presidente Donald Trump. Em 2020, após a não reeleição de Trump, que deu lugar ao atual presidente dos EUA, Joe Biden, a proximidade ideológica arrefeceu.