Polícia Federal aponta existência de gabinete do ódio em relatório enviado ao STF
De acordo com a delegada Denisse Ribeiro, identificou-se a existência de uma "estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’: um grupo que produz conteúdos e promove postagens em redes sociais atacando pessoas
11:06 | Fev. 11, 2022
A Polícia Federal (PF) enviou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual alegou a existência de uma milícia digital que atua de forma organizada contra instituições democráticas e atores políticos. Segundo a PF, a milícia digital agiria por meio da estrutura do chamado “gabinete do ódio”, grupo que teria em sua composição aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e com membros, inclusive, dentro do Palácio do Planalto.
De acordo com a delegada Denisse Ribeiro, que assinou o relatório parcial enviado ao STF, a PF identificou a existência de “uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’: um grupo que produz conteúdos e promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação”.
A investigação sobre a existência da milícia digital foi aberta ainda em 2021 após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que recebeu o relatório enviado pela delegada nesta semana. Denise Ribeiro conduz ainda outro inquérito que envolve o presidente Bolsonaro e aliados: o das “fake news” sobre urnas eletrônicas.
De acordo com a PF, a milícia digital agiria em quatro fases, sendo elas: eleição (escolha dos alvos); preparação (distribuição de tarefas dentro do grupo); ataque (postagens de conteúdos ofensivos e ou que gere efeito negativo); reverberação (retransmissão dos conteúdos com adição de novos ingredientes).