Cid diz que Luizianne usa Ciro como pretexto para se opor a aliança entre PT e PDT: "Ela não gosta da gente"

O parlamentar disse que as críticas direcionadas pela deputada petista ao ex-ministro Ciro Gomes são apenas um "pretexto" para esconder problemas de cunho pessoal

O senador Cid Gomes (PDT) comentou, nesta segunda-feira, 7, sobre o estremecimento das relações entre pedetistas do com ala PT aversa à continuidade da aliança entre os partidos na formação da base do governo estadual e para as eleições majoriátias deste ano. Em encontro com lideranças da sigla na sede do partido, no bairro Meireles, em Fortaleza, o parlamentar faz comentários críticos à condução considerada por ele mais radical dada pela deputada federal Luizianne Lins (PT). 

O pronunciamento foi uma resposta à última carta divulgada pela deputada petista – com assinatura dos deputados José Airton e Elmano de Freitas – em prol da defensa de uma candidatura própria do PT ao Governo do Ceará. Na ocasião, Luizianne atentou contra o que considera “ataques desqualificados, agressivos e baixos” que têm o ex-presidente Lula como alvo.

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Ao rebater o texto, Cid voltou a reafirmar a manutenção da aliança PT-PDT e foi incisivo ao comentar sobre o comportamento da parlamentar. Segundo o senador, as ações de divergência de Luizianne diante da aliança entre as siglas no Ceará não se justificam "por questão nacionais", mas por "diferenças, por projetos pessoas". Em sua avaliação, o pedetista destaca que as criticas direcionadas pela deputada ao ex-ministro Ciro Gomes seriam apenas um "pretexto".

"Acho que algumas pessoas no PT, como certamente deve ter gente no PDT que tem objeções ao PT, independente de questões nacionais por conta de relações pessoais. E eu acho que o caso da Luizianne conosco é pessoal, não é partidário, muito menos pela questão nacional. Isso é diferença no plano nacional ou diferença de projeto? É nada, é coisa pessoal. Ela não gosta da gente? Simplesmente", disse o senador. 

"Não estou querendo futrica e intriga, não tô querendo dosar a água para depois beber", completou Cid. O parlamentar lembrou ainda das eleições municipais de 2012. Na época, ele disse ter negado apoio à candidatura do petista Elmano de Freitas para a disputa da Prefeitura de Fortaleza por avaliar que a gestão de Luizianne, então prefeita, não tinha sido bem avaliada, o que dificultaria a defesa de uma sucessão do PT para a capital. 

"Luizianne queria que eu apoiasse o Elmano. Elmano é extraordinário cara, mas na época eu entendia que um candidato apoiado pela Luizianne ia ter dificuldade. Porque era uma administração muito mal avaliada, com todo respeito, às vezes você está bem na administração, às vezes você não está", disse. Durante pleito, o PDT optou por defender a campanha de Roberto Cláudio para o Executivo municipal, sendo o pedetista logo depois eleito. 

Os defensores da aliança entre PDT e PT ainda são maioria no Partido dos Trabalhadores no Ceará. O governador Camilo Santana e o deputado federal José Guimarães (PT), principais vozes dessa ala, estiveram ausentes no evento desta segunda.

Luizianne, José Airton e Elmano de Freitas são os principais incentivadores do ato que defende o PT com uma candidatura própria ao Governo do Ceará. Todos fizeram forte discurso contra o que consideram ser uma submissão do PT aos Ferreira Gomes e ao pedetismo em geral, no Ceará. Em suas posições críticas ao presidenciável Ciro Gomes, a ex-prefeita de Fortaleza já acumulou uma série de fortes posicionamentos. 

No da 27 de janeiro, Luizianne disse que as ofensas constantes do pedetista ao partido e ao ex-presidente Lula o tornam um "Bolsonaro" travestido de progressista. "O Ciro não aceita a liderança do Lula e ataca o Lula e o PT com inverdades, com injustiças, com grosserias que para nós cansou demais. Nós precisamos ser claros. O PDT do Ceará precisa dizer se ele concorda com essas coisas do Ciro", afirmou Elmano durante que aconteceu no mesmo dia, por meio de videoconferência.

A situação se agravou após Ciro, durante o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República no final de janeiro, lançar duras críticas a Lula ao responder uma pergunta em que acusa o site Brasil 247 de "não ser um órgão de imprensa" e de ser "um panfleto do Lula, pago com dinheiro sujo". A fala incomodou a cúpula petista que já vinha reforçando mais independência diante da aliança estadual no Ceará. 

Com informações do repórter Carlos Holanda

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