Lula avalia ter normalizado relação com militares, mas não considera aproximação

Nos últimos meses, os fardados têm realizado ações que indicam sua posição diante do pleito.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem percebido, segundo informações do jornalista Igor Gielow, da Folha de S.Paulo, sinalizações importantes da ala militar diante do cenário eleitoral deste ano. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o petista, porém, não pretende ainda formalizar alguma aproximação com o grupo.

Segundo a reportagem, o ex-presidente tem dito a aliados que sua relação com os militares será demarcada devido ao saldo dos seus anos de gestão como presidente, chamados de "tempo das vacas gordas" mesmo por oficiais-generais não simpatizantes do petista.

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De acordo com pessoas próximas ao presidente ouvidas pela Folha, há uma apreensão no mundo político acerca de como o grupo reagiria a uma eventual eleição de Lula. Nos últimos meses, os fardados têm realizado ações que indicam sua posição diante do pleito. 

Em janeiro deste ano, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, divulgou um comunicado interno em que faz recomendações a serem consideradas pelos militares. Entre as orientações, está a vacinação para os que estiverem em trabalho presencial, o distanciamento social, o uso de máscara e a proibição de divulgar fake news nas redes socais.

No mesmo mês, o Exército Brasileiro decidiu alterar seu cronograma de trabalho em 2022, temendo incidentes de violência durante ou após as eleições de outubro. Todos os 67 exercícios militares previstos para o ano, que se concentram no último trimestre, foram adiantados e devem ser executados até no máximo setembro.

Por fim, nesta semana, o comandante da Força Aérea, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, disse em entrevista à Folha que os militares prestarão continência a Lula ou a qualquer outro vencedor do pleito, além de rejeitar sua fama de ser o mais bolsonarista dos chefes de Força.

Visto como o mais bolsonarista dos comandantes das Forças Armadas, o comandante da FAB entrou em rota de colisão com Jair Bolsonaro (PL). Ele, declarou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que não haverá insubordinação militar em caso de vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022, ao ser questionado se os comandantes respeitarão sua autoridade. 

A fala de Baptista Junior foi recebida pelos petistas como um aceno. Nenhum desses movimentos, contudo, significa adesão ou apoio a Lula. Um recente almoço em Brasília com influentes militares da reserva mostrou que o petista segue sendo mal avaliado nas Forças. 

 

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