Ex-ministros de Bolsonaro criticam aliança com o Centrão: "Fomos substituídos por essa turma"
Para Ernesto Araújo, o grupo começou a dominar e pautar o governo, prejudicando, segundo ele, a política externa. Já Weintraub reclama que os conservadores foram "substituídos por essa turma"Os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) usaram o espaço de uma live nessa segunda-feira, 17, para criticar a aliança do presidente Jair Bolsonaro (PL) com partidos do Centrão. Para Araújo, o grupo começou a dominar e pautar o governo, prejudicando, segundo ele, a política externa. Já Weintraub reclama que os conservadores foram "substituídos por essa turma".
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As declarações ocorreram durante o "ConservaTalk", programa no Youtube que participam os dois ex-ministros, junto do ex-titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de outras personalidades de direita.
O programa recebeu o pastor Silas Malafaia, que criticou a postura de membros do alto escalão do governo durante o processo de indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O debate sobre o Centrão começou quando Malafaia disse que os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações) não se empenharam na aprovação do nome de Mendonça, que demorou quatro meses e meio para ter sua indicação analisada pelo Senado.
"Quando é que abertamente que Ciro Nogueira, que Fábio Faria e (Flávia) Arruda, abertamente declararam apoio ao André? Onde? O que eles gravaram? Qual o vídeo?" questionou Malafaia. "Eles eram obrigados a fazer campanha ostensiva a favor de André e eles não fizeram", acrescentou.
Weintraub, por sua vez, afirmou que os partidos do Centrão são um "grande obstáculo" aos conservadores.
"Uma das frentes que a gente está sofrendo grandes ataques, os conservadores, é justamente uma turma do Centrão", disse o ex-ministro. "Um grande obstáculo que nós conservadores estamos passando, estamos sendo atacados continuamente, e fomos substituídos por essa turma do Centrão que você citou."
Nesse momento, Salles, Malafaia e o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) afirmaram que a aliança com o Centrão é necessária.
"Essa história do Centrão também não pode virar um cavalo de batalha. Por que? Porque a política é feita de alianças. A política é feita de união", ponderou Salles.
Ernesto Araújo, por sua vez, foi na linha de Weintraub e reforçou as críticas ao bloco. "E o que aconteceu quando o Centrão começou a dominar o governo e pautar o governo? Fui cada vez mais isolado e tirado da capacidade de levar adiante essa política externa transformadora. Porque esse Centrão que veio aí é um Centrão que acha que política externa é fazer tudo que a China quer. Não sei qual o grau de interesse econômico que essas figuras têm com a China."
O ex-chanceler reiterou as críticas a Nogueira, Arruda e principalmente a Fábio Faria, a quem acusou de entregar o 5G para a China. Araújo afirmou que é preciso saber se os eleitores de Bolsonaro "topam isso".
"O senhor citou três pessoas que são chave nisso. Ciro Nogueira, Fábio Faria, que entregou o 5G para a China, e Flávia Arruda. Isso aí é o seguinte. As pessoas têm que saber isso. Se os eleitores do presidente Bolsonaro, os conservadores, topam isso…(Podem dizer) Vamos tentar continuar a transformar o Brasil internamente, mas vamos deixar o Brasil ser dominado pela China", disse.
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