Entenda por que Bolsonaro deve ter restrições alimentares "pelo resto da vida"
Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, o presidente deve manter dietas no intuito de evitar alimentos que fermentam muito, como leite, ou que são muito fibrosos e de difícil digestãoO presidente Jair Bolsonaro (PL) terá de conviver com restrições alimentares pelo "resto da vida", afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho, nesta terça-feira, 4. Na última segunda-feira, 3, o chefe do Planalto foi internado, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para tratar uma obstrução intestinal. A restrição está entre uma das consequências "físicas e psicológicas" deixadas pela facada sofrida pelo presidente, durante a campanha à presidência em 2018, defende Flávio.
Segundo especialistas ouvidos pelo jornal Estadão, a dieta tem impacto direto em casos com o de Bolsonaro. O episódio de obstrução intestinal é diagnosticado quando há aderência entre alças do intestino, impedindo a passagem adequada dos alimentos. As várias cirurgias às quais o presidente se submeteu ajuda no aparecimento destas aderências.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
É o que defende o médico Marcelo Borba, coordenador no Núcleo de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital Sírio-Libanês. "Nesses casos, tem de fazer uma certa dieta, por exemplo, evitar alimentos que fermentam muito, como leite, ou que são muito fibrosos e de difícil digestão, por exemplo, vegetais e legumes", diz o especialista ao Estadão.
Para a médica Renata Fróes, doutora em gastroenterologia pela UERJ e titular do grupo de doenças inflamatórias do Brasil (GEDIIB), os alimentos podem gerar um bolo fecal maior, dificultando a passagem pelo intestino. Entre os alimentos a serem evitados está a carne. Caso consumida, ela orienta que o consumo deva ser feito em pedaços e bem mastigados.
Borba defende ainda o impacto da quantidade de alimento ingerido. Quem tem essas aderências e come muito pode ter obstruções também, uma vez que aumenta o fluxo de alimento no intestino", avalia. A médica destaca a importância de um acompanhamento nutricional. "O que fazer nesse caso é tratar e, eventualmente, operar quando foi muito necessário".
A profissional explica ainda que a dor acontece porque há uma dilatação no intestino na parte anterior da obstrução, por causa do acúmulo do bolo fecal. "Quando há a dilatação, os nervos e a circulação sanguínea são comprimidos, o que causa a dor", ressalta.