Bolsonaro "está pronto para o trabalho" após receber alta, diz médico
Bolsonaro disse que manterá agenda, com viagem à região Nordeste, ao Sudeste, especificamente o Rio de Janeiro, e em fevereiro para a RússiaO presidente Jair Bolsonaro recebeu alta, nesta quarta-feira (5), do hospital de São Paulo onde estava internado desde segunda-feira devido a uma obstrução intestinal, sequela da facada que recebeu em 2018. Bolsonaro "fará dieta especial por uma semana (...), sem exercícios físicos intensos. Mas está curado, pronto para o trabalho", disse em coletiva de imprensa o cirurgião Antônio Luiz Macedo, que trata do presidente desde o ataque que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.
"A vida continua. Todo mundo vai embora um dia. Agradeço ao Dr. Macedo, vou tentar seguir a recomendação dele e também da minha esposa, que está me olhando torto", disse Bolsonaro vestindo uma camiseta do Juventus de São Paulo, antes de deixar o hospital Vila Nova Star, na capital paulista.
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Segundo o médico, Bolsonaro passou mal por não mastigar adequadamente os camarões do almoço.
Internado desde a madrugada de segunda-feira, quando teve que interromper o fim das férias em Santa Catarina (sul), Bolsonaro, de 66 anos, recebeu uma sonda gástrica para desobstruir o aparelho digestivo e não precisou de cirurgia.
Em julho de 2021, ele foi hospitalizado por quatro dias por causa de uma obstrução semelhante e também não precisou ser operado.
Bolsonaro, no poder desde 2019, admitiu nesta quarta-feira que tem dificuldade em seguir as recomendações médicas e tende a comer alimentos que não deveria.
"Vai ser difícil sair disso [fazer coisas que não deve], não consigo me controlar. Recomendou não comer pastel nem tomar caldo de cana. Recomendou, mas não é ordem", disse o presidente, que muitas vezes aparece em público degustando esta combinação popular em feiras e outros locais públicos.
"Tudo que esta programado vai ser cumprido. Tenho viagem pro Nordeste esse mês, pro Rio de Janeiro, uma pra Rússia em fevereiro (...) Vou continuar normal".
Mais do que sua saúde, sua preocupação inicial é "sua segurança", disse Bolsonaro, que atribui o ataque de que foi vítima durante um comício de campanha em 2018 a grupos de esquerda, apesar de as investigações judiciais terem apontado até agora que um homem com problemas mentais agiu sozinho.
"A minha preocupação não é com a minhas viagens, é com a segurança. Sabemos ate onde o outro lado pode chegar. Sabemos que a política brasileira, depois que a esquerda se fez mais presente, sabemos como eles são agressivos, como eles tem tentado eliminar seu adversários, não interessa como".
Como em suas passagens anteriores pelo hospital, Bolsonaro e pessoas próximas dele publicaram nas redes sociais fotos de sua recuperação. Desta vez, apareceu caminhando pelos corredores com a sonda gástrica e também sendo examinado por seu médico.
Bolsonaro tem seu índice de popularidade mais baixo desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019, com 53% de reprovação, segundo o Instituto Datafolha.
Pelas pesquisas, o presidente perderia as eleições de outubro para o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que ainda não confirmou sua candidatura.
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