Sucessão de Camilo: Acrísio Sena revela predileção pelos nomes de Izolda e Evandro entre setores do PT
Para ele, a vice-governadora e o presidente da Assembleia têm favoritismo, entre outros fatores, pela proximidade com o governador Camilo Santana e a capacidade de "entender um duplo palanque" para o ex-presidente Lula e o ex-governador Ciro Gomes no Ceará
12:25 | Dez. 29, 2021
Durante participação no programa Jogo Político, do O POVO, nesta terça-feira, 28, o deputado estadual Acrísio Sena (PT) falou sobre os rumos da aliança PT-PDT no Ceará e revelou uma predileção pelos nomes da vice-governadora Izolda Cela (PDT) e do presidente da Assembleia Evandro Leitão (PDT) ao governo do Estado entre setores do PT.
Segundo ele, dentre os quatro nomes do PDT cogitados para encabeçar a chapa na disputa ao Palácio da Abolição, a vice-governadora e o presidente da Assembleia têm favoritismo, entre outros fatores, pela proximidade com o governador Camilo Santana (PT) e a capacidade de "entender um duplo palanque" para o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Ciro Gomes (PDT) no Ceará.
"Os quatro [Izolda Cela, Evandro Leitão, Roberto Cláudio e Mauro Filho] estão preparados para governar o Ceará. Agora, se o PDT oferta quatro nomes para diálogo, não existe vetos, existe preferências. E nessas preferências nós não podemos esconder, o sentimento majoritário do PT hoje teria muito mais identidade com esses dois nomes", declarou.
Defensor da manutenção da união PT-PDT no Ceará, Acrísio afirma que não se pode colocar em risco o projeto que classifica como "exitoso", mas pondera que qualquer decisão será guiada pelo cenário nacional, em especial a possível entrada de Ciro Gomes na disputa pelo Palácio do Planalto, contra o ex-presidente Lula.
Ele explica que a escolha por Izolda e Evandro no Ceará está na esteira da candidatura de Ciro, uma vez que o PT, consequentemente, irá "declinar para nomes mais próximos do governo, do Partido dos Trabalhadores".
Segundo o deputado, até mesmo a discussão sobre uma candidatura petista própria ao governo do Estado passa pelos rumos do ex-governador. De acordo com Acrísio, "a manutenção da candidatura do Ciro reforça a tese dentro de setores do PT de candidatura própria".
"Se não existe candidatura do Ciro, ela [a tese] se torna ineficaz, porque inevitavelmente o PDT deve migrar para uma conformação de uma chapa com o Lula já no primeiro turno", projeta.
No seu ponto de vista, uma eventual união de Ciro e Lula "acabaria qualquer tipo de veto ou qualquer tipo de observação, porque isso seria definido em nível nacional e, não, regional", declarou, em referência a movimento liderado pelos deputados petistas José Airton e Luizianne Lins, contrários a uma chapa liderada pelo PDT, em especial pelo ex-prefeito Roberto Cláudio.