Vídeo de Bolsonaro cantando funk machista em lancha repercute mal entre evangélicos
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) afirmou que a cena é "desnecessária" e gera desgaste sobretudo com fiéis situados distantes dos grandes centrosO vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em uma lancha cantando música que com ofensa a mulheres de esquerda ("mais pelo que cadela"), o colocou em má situação até mesmo com lideranças evangélicas no Congresso Nacional. A música também tem teor homofóbico. É o que apurou o blog da jornalista Andreia Sadi, no G1.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) afirmou que a cena é "desnecessária" e gera desgaste sobretudo com fiéis situados distantes dos grandes centros, em regiões financeiramente mais vulneráveis, além de transmitir imagem de ostentação.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Bolsonaro dança funk ao lado de apoiadores. O presidente aparece contente, ao som do "funk do Bolsonaro", que faz uma paródia da música "baile de favela"; a canção ataca os opositores do mandatário com referências misóginas e homofóbicas. pic.twitter.com/wWif3q3I1D
Reservadamente, um líder evangélico da base de Bolsonaro disse ao blog de Sadi que a publicação, nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) desde segunda-feira, 20, passa aos trabalhadores uma ideia de "farra".
Em um contexto de pandemia e de desemprego, segundo outro evangélico, a imagem reforça a percepção de um presidente fake.
O último levantamento Datafolha, divulgado no dia em que o vídeo na lancha foi postado, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) leva a melhor sobre o atual mandatário entre evangélicos. É de 43% a 19% a vantagem do petista neste segmento, que foi determinante para a vitória de Bolsonaro em 2018.
Lula é pré-candidato do PT à Presidência da República e lidera pesquisas de intenção de voto para 2022, já fazendo com que setores do PT projetem vitória em primeiro turno. Última pesquisa Ipec (controlado por diretores do antigo Ibope), de 15 de dezembro, mostra o líder petista com 48% frente aos 21% totalizados por Bolsonaro.