Camilo acusa governo Bolsonaro de barrar financiamento ao Ceará "por questões políticas"

O governador fez um "apelo público" para que parlamentares apoiadores do presidente da República no Ceará possam ajudar no trâmite, emperrado, segundo o petista, desde setembro. Dinheiro á para segurança pública

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse nesta sexta-feira, 17, que o governo do presidente Jair Bolsonaro segura a liberação de um financiamento para investimentos em prevenção na área de segurança pública para o Ceará. Camilo acredita que a atitude é tomada "por questões políticas". A declaração foi dada em entrevista ao programa Jogo Político do O POVO, nesta manhã.

O dinheiro que o Estado aguarda não é federal, mas sim do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o petista, os empréstimos passam pela secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, vão para a Casa Civil e de lá seguem para o Senado, a quem cabe autorizar o Estado a receber mo financiamento. Segundo Camilo, desde setembro a Casa Civil segura o pedido e não encaminha para os senadores apreciarem.

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"Infelizmente, eu não quero acreditar, mas por questões políticas ele [Governo Federal] está segurando esse financiamento do Ceará na Casa Civil, e eu tenho feito um apelo porque isso não é um prejuízo ao governo Camilo, é um prejuízo à sociedade cearense”, afirmou o governador.

Os valores são referentes a um empréstimo de mais de R$ 300 milhões para ações de prevenção à violência. “São ações de prevenção à violência discutida com os fóruns aqui no Ceará, discutido com a Assembleia, a própria vice-governadora tem liderado esse processo. Infelizmente, por uma questão política, o processo está parado na Casa Civil”, completou Camilo.

Apelo a aliados de Bolsonaro

O governador disse ainda que esteve com o senador licenciado e ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PL-PI), para tratar a questão.

Camilo fez um “apelo público” para que parlamentares apoiadores do presidente da República no Ceará possam ajudar no trâmite. “Eu não quero acreditar que a decisão que o governo tem tomado nesse sentido seja por questão de perseguição política a um estado que faz o dever de casa, que investe no Brasil”, completou Camilo.

No Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato da oposição para a sucessão ao Palácio da Abolição, é apoiador do presidente. Ao Jogo Político, o parlamentar afirmou no início do mês que a tendência para o próximo ano é de apoio à reeleição de Bolsonaro (PL) para o Palácio do Planalto.

O deputado afirma não ter sido contactado para tratar da questão por nenhum membro do governo estadual, mas defende que estaria disposto a colaborar na questão. "No dia que o Governador quiser minha ajuda pode chamar que estou à disposição. Nunca recebi ligação dele, nem ninguém do Governo pra tratar do assunto e não sei do que se trata. Sempre votei a favor dos socorros aos Estados e municípios. Jamais me posicionaria contra", disse Wagner.

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