Cid Gomes chama operação da PF de "molecagem" e responsabiliza Bolsonaro e Wagner

Cid e o irmão, Ciro Gomes, são alvos de operação da Polícia Federal

O senador Cid Gomes (PDT) chamou de "molecagem" operação que da Polícia Federal (PF) desta quarta-feira, 15, que apura suposto recebimento de propina por ele e os irmãos, Ciro e Lúcio Ferreira Gomes, da empreiteira que reformou o Castelão. Ele citou expressamente o deputado federal Capitão Wagner (Pros), adversário político, por envolvimento na operação.

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“Eu sintetizaria numa palavra que considero isso: uma molecagem o que fizeram hoje. Uma molecagem que tem toda uma narrativa. A PF é uma instituição ultra respeitada, reconhecida, mas, lamentavelmente, e isso tem que ser denunciado, ela está sendo por sua direção completamente aparelhada”, disse Cid em coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) no fim da tarde de hoje.

 

Cercado de aliados, entre eles deputados estaduais do PDT, o ex-secretário Ferruccio Feitosa e o ex-prefeito Roberto Cláudio, Cid repetiu que a investigação de que é alvo é uma “molecagem com claros objetivos politiqueiros de desgastar a imagem do Ciro, de desgastar a nossa imagem, para que isso possa servir ao interesse nacional do moleque Bolsonaro e ao interesse local do seu assecla no estado do Ceará”.

Em seguida, falou que “todos sabem qual é o capitão ao qual eu me refiro. É o capitão lá e o capitão aqui, estão unha e cutícula, todos a serviço de uma causa”.

Questionado se avaliava que a operação da PF tinha o propósito de interferir no processo eleitoral de 2022 no Ceará, Cid respondeu: “Não tenho dúvida disso, espero que tenha ficado bem claro. Eu vou além: classifico como molecagem que parte do presidente, que, aparelhando a PF, tem dirigido para os seus interesses políticos nacionais e para os seus asseclas aqui no estado do Ceará”.

O senador citou como exemplo suposto vazamento da operação da PF, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 15, e que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em quatro estados, entre eles o Ceará.

“Ontem (terça-feira), se a gente for procurar, um vereador de Fortaleza ligado ao Bolsonaro, ligado ao Capitão, que é ligado aqui ao Bolsonaro, ao capitão daqui, disse que hoje ia ter uma bomba. Portanto sabiam previamente de uma operação”, declarou Cid.

O senador é suspeito de haver se beneficiado de pagamento de R$ 11 milhões em propinas oriundas de construtora responsável pelas obras do Castelão. A investigação tem baseem delação tomada em 2017 e autorizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Cid informou na coletiva que, ao cumprirem os mandados, os agentes da PF apreenderam três telefones celulares, um pessoal e outro funcional, e um terceiro que não estaria operando. Foram levados ainda tablets, computador e R$ 55 mil em espécie, a quantia na residência do senador na serra da Meruoca, no interior do Ceará.

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