Deputados de oposição cobram investigações sobre Cid e Ciro Gomes após operação da PF

O deputado Heitor Férrer (SD) lembrou ter sido autor de um pedido de CPI sobre o Castelão, mas disse que manobra da base do governo na Assembleia impediu a ação

17:58 | Dez. 15, 2021

Por: Filipe Pereira
O deputado Heitor Férrer (Solidariedade), oposição aos Ferreira Gomes, disse que já havia pedido uma CPI envolvendo as obras do Castelão e que, à época, a comissão não andou porque ele não conseguiu o mínimo de assinaturas necessárias para instalação. (foto: Reprodução)

Em contraposição a parlamentares da base aliada do governador Camilo Santana (PT), deputados de oposição ao Executivo exaltaram, nesta quarta-feira, 15, a operação da Polícia Federal (PF) que investiga suspeitas de pagamento de propina por obras do estádio Castelão para a Copa de 2014, e que teve endereços dos irmãos Ciro e Cid Gomes como alvos de mandados de busca e apreensão. 

O deputado Heitor Férrer (Solidariedade), oposição aos Ferreira Gomes, disse que já havia pedido uma CPI envolvendo as obras do Castelão e que, à época, a comissão “não andou” porque ele não conseguiu o mínimo de assinaturas necessárias para instalação. “Eu fiz todas as tentativas. Nós já sabíamos que a obra precisava ser investigada. Essa investigação vem muito tarde, mas ainda bem que vem, porque certamente a PF, com o quadro e técnicos que tem, chegará ao propósito que é de investigar as irregularidades”.

Sobre a fala de Ciro Gomes de que a operação foi utilizada como uma maneira de prejudicar sua pré-candidatura a presidente, Férrer disse que “se tem o lado policialesco ou aparelhamento da PF isso logo logo será descoberto”. Ele disse repudiar qualquer uso da corporação para perseguição política. 

Em tom mais crítico, o deputado estadual André Fernandes (Republicanos), adversário político de Camilo e do seu grupo político, defendeu a investigação por se tratar de um suposto esquema de corrupção. “Ciro Gomes não tem foro privilegiado, a Polícia Federal tem que investigar”, pontuou.

Fernandes também comentou a sinalização de Ciro sobre a ação ser fruto de interferência de Bolsonaro na PF. “Nunca foi provado nenhuma interferência do presidente da República na PF, e se o presente tivesse interferido, a própria PF não estaria investigando o filho dele Jair Renan Bolsonaro. A PF é uma instituição independente e essa investigação aí não se dá por causa de Bolsonaro, se dá por causa de escândalo de corrupção”, concluiu.

Durante participação remota na sessão desta quarta, o deputado Soldado Noélio (Pros) pediu respeito à PF e disse enxergar problemas em discursos proferidos por parlamentares pedetistas. "A PF é uma das instituições mais respeitadas nesse país. Vamos respeitar o juiz que se qualificou e está avaliando o caso e não julgar de forma presumida. Já se afirma como se já tivesse até provas de que houve abuso de autoridade. A polícia está lá por ordem do judiciário", disse. 

O deputado disse ainda que as instituições precisam ser "respeitadas e são sólidas", e criticou o que chamou de mudança de discurso com quem está sendo investigado. "Há poucos dias, a gente tava vendo o governador fazendo postagem nas redes sociais que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta, com nenhum desvio de ilegalidade, e aí agora quando os investigados são aliados políticos, o discurso muda", reforçou Noélio.