Após edição de MP, Haddad diz que Bolsonaro "começa a destruir Prouni": "Nojo!"

Criador do programa, ex-ministro da Educação acusou Bolsonaro de querer destruir políticas afirmativas

14:13 | Dez. 07, 2021

Por: Filipe Pereira

Criador do Programa Universidade para Todos (Prouni), o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) criticou duramente as mudanças do presidente Jair Bolsonaro no programa. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira, 7, que o governo federal "começa a destruir o Prouni", após o chefe do Executivo editar uma Medida Provisória (MP) que amplia o acesso de alunos da rede privada ao programa. 

"Hoje, por MP, Bolsonaro começa a destruir o Prouni. Um dos programas que eu mais me orgulho de ter concebido, junto com minha companheira Ana Estela. Quase 3 milhões de jovens, pobres, pretos e periféricos beneficiados. A Câmara deveria devolver para o Planalto esse lixo. Nojo!!!", escreveu o petista nas redes sociais. 

Hoje, por MP, Bolsonaro começa a destruir o Prouni. Um dos programas que eu mais me orgulho de ter concebido, junto com minha companheira Ana Estela. Quase 3 milhões de jovens, pobres, pretos e periféricos beneficiados. A Câmara deveria devolver para o Planalto esse lixo. Nojo!!!

— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) December 7, 2021

Por meio de uma medida provisória, passam a ter acesso ao programa alunos que fizeram o "ensino médio completo em instituição privada, na condição de bolsista parcial da respectiva instituição, ou sem a condição de bolsista".

O Ministério da Educação (MEC) poderá ainda dispensar a apresentação de documentação que comprove a renda familiar mensal do estudante e a situação de pessoa com deficiência, "desde que a informação possa ser obtida por meio de acesso a bancos de dados de órgãos governamentais".

Até então, para concorrer a uma bolsa de ensino superior em alguma instituição privada do Brasil, o estudante deveria ter renda familiar de até três salários mínimos por pessoa e não possuir diploma de ensino superior.

Os percentuais de vagas destinadas aos cidadãos autodeclarados indígenas, pardos ou pretos, e a pessoas com deficiência seguem equivalentes ao último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Bolsonaro está mexendo em dois programas que deram certo, o Prouni e a reserva de vagas para pessoas de escolas públicas —e, dentro delas, reservas proporcionais à população negra, parda e indígena de cada região", disse o ex-ministro em entrevista à jornalista Mônica Bergamo. 

"São programas absolutamente exitosos, com resultados extraordinários do ponto de vista social e inclusive acadêmico (...) E o governo decide mexer nisso por meio de uma MP [Medida Provisória], baixada em casos de urgência? Qual é a urgência disso?", questionou Haddad.