Camilo rebate Moro sobre motim no Ceará: "Compactuar com atos criminosos, jamais!"

Em publicação, Camilo rebateu a acusação do ex-ministro e lembrou que Moro apenas foi capaz de propor anista aos envolvidos em paralisação

O governador Camilo Santana (PT) respondeu, nesta segunda-feira, 6, a crítica do ex-ministro sobre o motim de Policiais Militares no Ceará em 2020. Em entrevista à rádio OPOVO CBN, o ex-juiz e presidenciável afirmou que o petista "fez críticas muito severas" contra a categoria, sendo responsável por "romper todas as pontes" com a PM. 

Em publicação, Camilo rebateu a acusação do ex-ministro e avaliou que Moro apenas foi capaz de propor anistia aos envolvidos no motim. "Soube que o ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, criticou em entrevista hoje que não tive diálogo com os encapuzados do motim criminoso no Ceará, em 2020. Logo ele, que veio à época aqui e a única ação foi propor anistia para os crimes cometidos. Não aceitei", disse. 

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Logo depois, o governador disse que tem o diálogo como uma marca e que jamais poderia "compactuar com atos criminosos". Mais cedo, Moro disse que, à época, o Ministério da Justiça enviou tropas da Força Nacional para proteger as pessoas, a ponto de mobilizar uma ação fundamentada na Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Porém, ele destacou que, apesar do aparato técnico, faltava ao Executivo estadual "reestabelecer um diálogo".

"Tinha uma crise de segurança, os policiais militares estavam lá em paralisação. A gente valoriza muito os policiais, mas qualquer greve ela é fora da lei, porque deixa as pessoas desprotegidas. Mas tinha um clima aqui dentro do estado, o governador fez críticas muito severas aos policiais, e ele rompeu toda as pontes que tinha entre o governo do estado e os policiais", afirmou Moro.

Na época, Moro veio ao estado como ministro da Justiça para tentar auxiliar nas negociações do motim, mobilização considerada ilegal pela Constituição de 1988. Porém, durante a sua participação no 6º encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em Foz do Iguaçu, o ex-juiz disse que PMs “não podem ser tratados como criminosos".

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Durante o motim, as ruas de Fortaleza, Região Metropolitana e Sobral passaram a ser patrulhadas por policiais da Força Nacional de Segurança. Além disso, tropas do Exército estiveram presentes depois que o governador do Ceará pediu Garantia da Lei e da Ordem, aprovada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Após o feriadão de Carnaval, na Quarta-Feira de Cinzas, 25, o número de assassinatos entre o início da paralisação até aquele momento chegava a 170. A média foi de 34 pessoas assassinadas por dia, mais de uma por hora. Somente na segunda-feira de Carnaval, 24, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) chegou a 23.

 

 

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