Líder antivacina da Itália diz que vai se imunizar após ser internado com Covid
O vírus o fez passar uma semana internado na unidade de terapia semi-intensiva do hospital de Vittorio Veneto, algo que acabou mudando sua ideia sobre os imunizantes
13:56 | Dez. 02, 2021
O integrante do movimento antivacina no norte da Itália, Lorenzo Damiano, se converteu à ciência após ter parado na terapia semi-intensiva por causa da Covid-19. Ele era um dos líderes dos negacionistas em Treviso, província da região do Vêneto, um bastião da ultradireita italiana, e havia participado de manifestações contra as vacinas anticovid, mas acabou contraindo a doença durante uma viagem a Medjugorje, na Bósnia-Herzegovina.
O vírus o fez passar uma semana internado na unidade de terapia semi-intensiva do hospital de Vittorio Veneto, algo que acabou mudando sua ideia sobre os imunizantes. "Depois desse período, tenho agora outra visão do mundo e vou me vacinar", disse Damiano a jornais vênetos.
O ex-antivax tem 56 anos e chegou a fundar o movimento "Nuremberg 2", que propõe processar os responsáveis pelo "grande esquema de um vírus criado de propósito" - o nome faz referência ao Tribunal de Nuremberg, que julgou líderes nazistas após a Segunda Guerra Mundial.
Além disso, o italiano afirmava que "a vacina não vem de Deus". "Estarei pronto o quanto antes, quando Deus quiser, para fazer o mundo inteiro saber o quão importante é seguir a ciência coletivamente. Às vezes, é preciso passar por uma porta estreita para entender as coisas como elas são. Vacinem-se todos", disse.
Mais de 84% do público-alvo já está completamente vacinado na Itália, porém, mais de 6 milhões de pessoas não tomaram sequer a primeira dose, o que deixa espaço para o coronavírus continuar se disseminando. A recente alta nos casos no país já fez o governo instituir um certificado sanitário para acesso a praticamente todas as atividades, incluindo locais de trabalho, e antecipar a terceira dose das vacinas para todos os adultos.