Acilon Gonçalves diz que fica no comando do PL e admite disputar governo do Ceará em 2022

De acordo com Gonçalves, a ideia inicial é conversar com legendas aliadas para traçar o melhor caminho, mas caso o PL opte pela candidatura própria, ele colocou o nome à disposição

14:14 | Dez. 01, 2021

Por: Vítor Magalhães
prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), concede entrevista coletiva nesta quarta-feira, 1° de dezembro de 2021 (foto: Henrique Araújo / O POVO)

O prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), admitiu, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 1°, a possibilidade de ser candidato a governador do Ceará em 2022. Ele também disse que permanece no comando do PL no Ceará, mesmo com a filiação do presidente Jair Bolsonaro. Acilon é próximo do grupo dos Ferreira Gomes, o que pode atrapalhar os planos de Bolsonaro nas eleições do ano que vem.

De acordo com Gonçalves, a ideia inicial é conversar com legendas aliadas para traçar o melhor caminho, mas caso o PL opte pela candidatura própria, ele colocou o nome à disposição.

“A primeira ideia é conversar com todos os partidos, porque, até o momento, não há candidatura própria no PL. Mas sendo impossível essas tratativas com outros partidos, nós passaremos a analisar a candidatura própria, que pode ser a de quem vai entrar, mas pode ser a minha que já estou aqui”, disse o prefeito.

Sobre a permanência na presidência do PL-Ceará, Acilon afirma que tem legitimidade para permanecer no cargo e está amparado pela lei. "Em primeiro lugar, eu estou no comando do partido, mas acima de tudo eu represento uma conjunção de pessoas, eleitores ou não, políticos com mandato ou não, e nessa conjuntura, eu estarei sempre em defesa dela estando ou não em um partido. Mas hoje eu lhe asseguro que tenho poderes constitucionais, definidos por lei do partido, que respeita a lei eleitoral federal, para representar o partido”, destacou.

A fala promete gerar embates na sigla. Isso porque nesta terça-feira, em entrevista ao programa Jogo Político, o deputado estadual André Fernandes, recém-filiado ao PL e um dos principais aliados de Bolsonaro no Ceará, garantiu que Acilon deixará não só o comando da legenda, mas o próprio partido

“Ele não vai atrapalhar em nada na nossa estratégia política porque Acilon Gonçalves não continua na presidência do PL no Ceará, isso é fato”, disse o parlamentar. 

Durante a entrevista, Fernandes disse que o partido está de portas abertos a “todos os bolsonaristas, conservadores, pessoas de direita, que não compactuam com a esquerda, com o Lula (PT), governo Camilo Santana”. Segundo o deputado, os vereadores Carmelo Neto (Republicanos) e Inspetor Alberto (Pros) aguardam carta de anuência para formalizar a troca partidária.

O prefeito de Aquiraz e filho de Acilon, Bruno Gonçalves (PL), disse que o grupo liderado pelo pai está esperando posicionamento do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, para saber "até que ponto nós somos importantes para esse novo momento que ele criou no PL".

Ao ser questionado sobre a fala de André Fernandes sobre a saída do prefeito Acilon do comando do PL, Bruno negou. “Não, nós estamos aguardando. Enquanto o presidente nacional, que é quem nos trouxe para cá, não nos tirar, nós vamos continuar exercendo o nosso trabalho com o mesmo ímpeto", concluiu. 

A prefeita de Beberibe Michelle Cariello de Sá Queiroz (PL), parte do grupo político de Acilon, disse que ninguém descarta essa possibilidade de deixar a legenda. "Muitos já estão saindo do partido, como outros também estão chegando né? Que apoiam 100% aí o presidente", disse projetando os efeitos nacionais da entrada de Bolsonaro na sigla.

De acordo com Michelle, Acilon entrou em contato com os aliados e pediu esse momento (da coletiva) para se manifestar. "A nossa intenção é seguir o diretório de que a gente faz parte hoje no PL”, pontuou.

Com informações do repórter Henrique Araújo.