Bolsonaro ataca Kassab e diz que presidente do PSD quer a volta de Lula
Um dia após o PSD realizar um evento em Brasília para impulsionar a pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro subiu o tom contra o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab. O presidente da República afirmou, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, que Kassab quer a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.
"Antes do Marcos Pontes, quem era o ministro da Ciência e Tecnologia? Não sabia a diferença de gravidade e gravidez. Era o senhor Kassab. Olha o que ele faz hoje em dia. Está colado no Lula. Quer a volta do Lula. Com a volta do Lula, vai ser ministro, vai pegar a Caixa Econômica para ele administrar", declarou Bolsonaro
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O PSD quer consolidar Pacheco - presidente da Casa do Congresso que oferece maior resistência aos projetos do governo - como um nome para a chamada terceira via. Ou seja, uma candidatura para superar a polarização entre Bolsonaro e Lula.
Nos bastidores, figuras políticas apostam que Kassab aceitaria negociar apoio a outro nome na disputa, incluindo o petista. A hipótese, no entanto, é negada pelo ex-ministro das Cidades na gestão Dilma Rousseff.
Ainda na entrevista, Bolsonaro afirmou que o PL, partido ao qual deve se filiar na próxima terça-feira, 30, não fará alianças estaduais com partidos de esquerda. "Isso está acertado com Valdemar Costa Neto", disse o chefe do Executivo.
Costa Neto recebeu "carta branca" dos dirigentes estaduais do PL para acertar a filiação de Bolsonaro. Contudo, diretórios do Nordeste resistem à iniciativa justamente por composições com a esquerda. O deputado federal Fabio Abreu (PL-PI) já declarou publicamente que "com certeza" deixará a legenda se não tiver autonomia para apoiar o grupo do governador Wellington Dias (PT-PI).
O presidente também voltou a citar a possibilidade de o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ser candidato pelo PL ao governo de São Paulo, o que já havia feito ontem.
Na área econômica, Bolsonaro citou um plano de investimento de US$ 1 bilhão da Petrobras na refinaria Abreu e Lima, sem dar detalhes ou esclarecer se o valor já foi aportado ou não. "Agora há pouco a Petrobras anuncia investimento de um 1 bilhão de dólares lá na refinaria Abreu e Lima".
Pandemia
Apesar de ser um adversário das medidas de isolamento social para conter o novo coronavírus, Bolsonaro disse hoje que, por ele, não haveria carnaval em 2022 em razão da pandemia. "Mas tem um detalhe, quem decide não sou eu", declarou o presidente, voltando a distorcer uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu autonomia a governadores e prefeitos para decidir sobre determinações sanitárias. A deliberação da Corte, contudo, não retirou poderes do governo federal para lidar com a pandemia.
Entre outras declarações, o chefe do Executivo ainda afirmou que a vacina contra covid-19 perde validade depois de seis meses. "Quem está contaminado tem imunidade por muito mais tempo, isso está comprovado", declarou, sem respaldo científico. Na verdade, a imunidade induzida pelas vacinas é mais duradoura e efetiva do que a obtida pela contaminação, de acordo com especialistas.
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