Globo retoma liderança de verbas da Secom do governo Bolsonaro

O titular da Secretaria de Comunicação (Secom), Fábio Farias, teve que cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), decretada em 2020. Maiores verbas estavam sendo destinadas a emissoras de menor audiência, como Record TV e SBT, aliadas do Planalto

A TV Globo retomou sua posição de liderança na recepção de verbas do investimento de publicidade estatal federal da Secretaria de Comunicação (Secom), vinculada ao Palácio do Planalto. A ordem mudou após o secretário Fábio Farias, da Secom, ter que cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União, decretada em 2020. Com a ordem do TCU, a emissora líder em audiência foi devolvida ao seu posto de principal destinatária dos maiores recursos do governo federal. 

Desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, a TV Record estava na primeira posição. Segundo reportagem do Poder 360, ao se observar os dados dos três primeiros anos de Bolsonaro no governo somados, ainda se percebe uma falta de equalização entre o que cada TV recebe e a audiência. 

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Desde 2019, ano em que Bolsonaro assumiu seu cargo no Planalto, a Record, emissora do pastor Edir Macedo, ainda é a que mais se beneficia quando somados os recursos destinados pela Secom. Nos últimos três anos, a Record acumula R$ 58,8 milhões. O SBT, em 2º, recebeu R$ 53,5 milhões. A Globo, líder absoluta de audiência, está em 3º lugar no acumulado da atual administração, com R$ 47,2 milhões.

No primeiro governo petista da presidente Dilma Roussef (2011-2014), a Globo terminou a gestão com 21% das verbas estatais comandadas pela Secom. No governo seguinte, com Michel Temer (2016-2018), do MDB, a fatia manteve-se em 21%.

Um levantamento do Poder 360 mostra que, ao se considerarem os investimentos totais da secretaria em empresas de mídia e não só nas emissoras de TV, a remessa destinada à Globo caiu de 27% no fim do governo Dilma para 10% no atual momento do governo Bolsonaro. 

Relatório do TCU de novembro de 2019 constatou que a Secom destinava maiores percentuais de verbas publicitárias para a Record TV e o SBT – emissoras que não são líderes em audiência, mas que contam com apoio do Planalto por serem consideradas aliadas. Já a Globo é alvo de Bolsonaro desde a campanha, nas eleições de 2018.

 

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