Bolsonaro sanciona Lei Mariana Ferrer, que proíbe constrangimento de vítimas de violência sexual
A proposta foi inspirada no caso da influenciadora Mariana Ferrer, que durante uma audiência de um caso de estupro ,teve suas fotos exibidas pelo advogado do réu para sugerir que o sexo teria sido consensualO presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou o projeto de lei Mariana Ferrer, que proíbe que vítimas de crimes sexuais e testemunhas sejam constrangidas durante audiências e julgamentos.
O texto foi sancionado sem vetos e proíbe o uso de linguagem, informação ou material, que ofenda vítimas ou testemunhas. Além disso, obriga o juiz a zelar pelo cumprimento da medida. A sanção foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira, 23.
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A proposta foi inspirada no caso da influenciadora Mariana Ferrer, que durante uma audiência de um caso de estupro, teve suas fotos exibidas pelo advogado do réu, Cláudio Gastão da Rosa Filho. As imagens foram usadas para atacar a jovem e sugerir que o sexo teria sido consensual.
Ferrer acusava André Camargo Aranha de estupro na noite de 15 de dezembro de 2018, quando tinha 21 anos. Por unanimidade, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) confirmou a decisão de primeira instância de absolver Aranha. Na época, Ferrer disse que iria recorrer.
"A propositura tem por finalidade reprimir a 'vitimização secundária', qual seja, a violência psicológica no decorrer do procedimento de apuração e julgamento, considerando que a vítima já teria sofrido com a agressão pela qual o processo está sendo movido", diz o governo federal sobre a sanção.
A lei também aumentou a pena do crime de coação no curso do processo de um terço para até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual.
O projeto de lei é de iniciativa da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), e contou com apoio de mais 25 deputados, do Psol ao PSL.