Esquerda quer pagar "dívida de professorinha" que não quitou nos governos anteriores, diz Bolsonaro sobre precatórios

Em conversa com apoiadores, presidente reclamou da pressão de partidos de esquerda pela não aprovação da PEC e disse que pagará os precatórios se puder furar o teto de gastos

16:09 | Nov. 22, 2021

Por: Rose Serafim
Bolsonaro e milicia (foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou, nesta segunda-feira, 22, a pressão feita pela não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios (23/2021). A apoiadores, o mandatário afirmou que a esquerda cobra pagamento "da professorinha" agora, mas não quis arcar com a conta nos outros governos.

"Olha o que a esquerda faz. 'Ah, ele não quer pagar a dívida da professorinha de 20 anos atrás'. É verdade que é o dinheiro da professorinha de 20 anos atrás. Por que o Lula não pagou?", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

As declarações foram gravadas e publicadas numa página bolsonarista do Youtube, segundo informações da Folha de S. Paulo.

O presidente ainda afirmou que parte dos recursos liberados com a aprovação da PEC será utilizada para realizar parte desses pagamentos.

Na prática, a PEC dos Precatórios dá calote em dívidas da União reconhecidas pela Justiça. A proposta tramita atualmente no Senado e, caso seja aprovada, afeta o pagamento de dívidas a aposentados e professores, dentre outros grupos.

Durante a conversa desta segunda, Bolsonaro ainda falou que poderia pagar as dívidas, caso lhe permitam furar o teto de gastos. "Se deixarem furar o teto, a gente paga. Não tem problema nenhum. O que a gente está fazendo: passou na Câmara, está no Senado. Dívidas de até R$ 600 mil, aí inclui a professorinha, a gente vai pagar. Acima, a gente vai parcelar", disse o chefe do Executivo.

Contudo, o governo tem a medida como prioridade para garantir o orçamento do Auxílio Brasil, um programa que pagaria R$ 400 às famílias mais pobres até o fim de 2022, ano em que Bolsonaro busca a reeleição. A proposta abre espaço de R$ 90 bilhões, que poderiam servir também a outros gastos federais.