Santos Cruz sobre Bolsonaro e Lula: "se perderam na demagogia e no populismo"
General ainda defendeu o nome do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro como "uma grande opção pro Brasil"; Santos Cruz ocupou ministério no governo Bolsonaro, mas rompeu com o presidente
03:51 | Nov. 09, 2021
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria-Geral do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou à revista Veja que o bolsonarismo é o "petismo com o sinal contrário" e criticou a possível candidatura à reeleição do atual chefe do Executivo e do ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.
Para a sucessão de Bolsonaro, Santos Cruz defende o nome do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que tenta se consolidar como uma alternativa da "terceira via". "Eu acho Moro uma grande opção pro Brasil, porque as duas candidaturas que estão aí na frente [de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva], com polarização de extremistas, já tiveram a sua oportunidade e se perderam na demagogia e no populismo. O Brasil não vai ganhar nada com uma campanha de extremos.", disparou o general.
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Para Santos Cruz, Bolsonaro e Lula já tiveram suas oportunidades de comandar o país, e os brasileiros estão cansados do "show político que estamos vivendo" com a polarização política. "O bolsonarismo é o petismo com sinal contrário, o comportamento é o mesmo. Eu acho que o candidato Lula teve a oportunidade dele, governou duas vezes, o PT teve quatro oportunidades [com mandatos de Lula e Dilma Rousseff]. (...) A gente precisa não é nenhum salvador da pátria, mas de uma pessoa que valorize as instituições, que tenha um projeto de país, e que não se preocupe com dar show. Estamos vivendo em campanha eleitoral há três anos", disse.
Rompido do atual governo, Santos Cruz afirmou à revista que Bolsonaro tenta usar as Forças Armadas politicamente. Fora do governo, o general se tornou um porta-voz informal dos militares críticos à gestão Bolsonaro. "As Forças Armadas nunca apoiaram formalmente um candidato. Os militares têm a sua individualidade. Como instituição, ela não deve se vincular a ninguém", declarou.
Às vésperas de sua filiação ao Podemos, Sérgio Moro pretende ampliar sua aproximação com os militares; setor estratégico, que deu sustentação à candidatura de Bolsonaro em 2018. O ex-juiz já começou a convidar generais para a cerimônia de sua filiação, no próximo dia 10, dentre os quais está Santos Cruz. Segundo pessoas próximas ao ex-ministro, outros oficiais de alta patente também serão chamados para o evento que marca a entrada de Moro na política.
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