Mesmo cassado, Eduardo Cunha diz que será candidato por São Paulo em 2022

O ex-deputado federal também avaliou a candidatura de Sérgio Moro à Presidência, e comentou ser contra o impeachment de Jair Bolsonaro.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), afirmou que pretende se candidatar a deputado federal pelo estado de São Paulo, nas eleições de 2022. Cunha, no entanto, foi cassado ainda em 2016 pelo Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro parlamentar, após ser pivô do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O emedebista, mesmo com direitos políticos cassados até 2027, afirma que está tentando obter uma decisão judicial que derrube este impedimento. As informações são de entrevista cedida pelo ex-deputado à Folha de S. Paulo, durante sessão de autógrafos de seu novo livro “Tchau, querida”, onde conta os bastidores da queda de Dilma, nesta segunda-feira, 25, em São Paulo.

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Sobre a sua candidatura, Cunha reforçou que ainda não sabe por qual partido deve se lançar, mas informou ter recebido inclusive convite para deixar o MDB. "Eu não quero citar (os partidos que fizeram convites) porque eu seria deselegante, mas eu posso dizer que fui convidado por pelo menos uns cinco", afirmou durante entrevista.

Ainda em relação às eleições de 2022, Eduardo Cunha avaliou a possível candidatura de Sérgio Moro à presidência da República e disse, em tom de ironia, “torcer muito” para que isso aconteça. “Acho muito importante para o Brasil que ele seja candidato, até para poder expor todo o processo político que ele era chefe e mostrar que tudo (a Lava Jato) era uma farsa política".

"É importante que a gente mostre para o país qual era o objetivo dele. É muito importante que o povo brasileiro julgue isso e que a derrota dele seja suficiente para enterrar essa fase ruim da vida política brasileira", acrescentou.

Cunha foi condenado por Sérgio Moro, no âmbito da Lava Jato, a cumprir 15 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Além de outras duas condenações criminais em primeira instância, também por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-deputado chegou a ser preso preventivamente em 2016, sendo liberado no começo deste ano. Por essas razões, Cunha atualmente é um crítico ferrenho da Operação Lava Jato.

Impeachment de Bolsonaro

Um dos protagonistas do impeachment de Dilma Rousseff, e atual defensor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Cunha afirma não haver motivos para um impedimento do chefe do Executivo. O ex-presidente da Câmara argumenta que Arthur Lira (PP-AL), atual presidente dos parlamentares, não deve abrir os pedidos de impeachment.

"Eu não poria (em votação) os pedidos que têm lá, porque eu não vi nenhum deles que caracterizasse um crime de responsabilidade do presidente", disse ele, acrescentando que as investigações da CPI da Covid são apenas "situações de opinião, de comportamento e do que o presidente pensa".

Cunha também afirmou não achar que houve negligência na compra das vacinas ou mesmo crimes de responsabilidade. “Qual o ato que o presidente praticou no âmbito da CPI que possa ser considerado crime de responsabilidade? Sinceramente, não vi. (...) Vi discussão sobre a maneira de visão que ele tem da pandemia, que você ou eu podemos discordar, mas aquilo não caracteriza crime. Eu acho que a situação do Bolsonaro com relação à pandemia vai ser julgada pela população nas urnas”, disse o ex-deputado.

De acordo com Cunha, ele só aceitou o pedido de impeachment contra Dilma quando entendeu que ela praticou crime de responsabilidade. "Ela mandou um projeto de lei ao Congresso Nacional para mudar a meta fiscal, só que emitiu decretos para gastar sem que essa meta tivesse sido votada pelo Congresso. Aí, ela praticou um crime. Foi só aí que aceitei", concluiu.

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