Zé Trovão, que mobilizou protestos antidemocráticos, se entrega à PF em Santa Catarina

O caminhoneiro é investigado por ameaças à democracia e teve mandato de prisão expedido contra si no último dia 3 de setembro

15:38 | Out. 26, 2021

Por: Maria Eduarda Pessoa
Zé Trovão, caminhoneiro (foto: Reprodução/redes sociais )

Foragido desde setembro, o caminhoneiro e influenciador bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, se entregou nesta terça-feira, 26, à Polícia Federal.

Em comunicado, os advogados de Zé Trovão, Elias Mattar Assad e Thaise Mattar Assad, afirmam que o caminhoneiro se apresentou espontaneamente ao delegado-chefe da PF em Joinville (SC), cidade onde mora. A defesa de Zé Trovão afirmou que, após a apresentação do influenciador à PF, entrará com um pedido de liberdade para o caminhoneiro.

“Neste dia 26 de outubro de 2021, me entreguei à Justiça brasileira, me apresentei à Justiça brasileira. Como diz nosso hino: ‘Verás que o filho teu não foge à luta’. Eu jamais iria abandonar o povo brasileiro. Quando saí do Brasil, saí para continuar falando e motivando cada um dos brasileiros de bem para lutar por uma nação justa, digna e plena. Por respeito a cada um de vocês, 20 mil inscritos aqui no meu canal, digo ‘muito obrigado’. Não sei quanto tempo vou passar no cárcere, mas tudo isso é pelo Brasil”, disse o influenciador por meio de seu grupo no Telegram.

No último dia 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a ordem de prisão contra Zé Trovão, que é investigado em inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) por ameaças à democracia.

No início de setembro, o influenciador foi localizado pela Polícia Federal em um hotel no México. Zé Trovão havia saído do Brasil no dia 27 de agosto, antes mesmo de a prisão ter sido determinada, e estava foragido desde então.

O caminhoneiro ganhou o noticiário nos últimos meses como ator importante na mobilização de atos antidemocráticos do 7 de setembro, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Investigado por incitar manifestações de caráter golpista, o apoiador teve mandado de prisão solicitado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, no dia 3 de setembro.