Michelle Bolsonaro aparece vestida de palhaça em lançamento de campanha para circos
A solenidade de lançamento da campanha "Respeitável Circo" promoveu a distribuição de cartilhas informativas, mas os dados sobre o projeto ainda não estão disponíveis no Diário Oficial da União.Vestida de palhaça, a primeira-dama Michelle Bolsonaro participou nesta quarta-feira, 20, do lançamento da campanha “Respeitável Circo”, iniciativa da Secretaria Especial da Cultura, em auxílio a grupos circenses itinerantes no país.
A ação foi anunciada pelo secretário Mario Frias, que afirmou, por meio do Twitter, a priorização da arte circense em sua gestão. De acordo com o titular da pasta, os circos vêm sendo desvalorizados. “Hoje, lançamos uma importante campanha de valorização do circo. Uma área por muito tempo desvalorizada, por não servir ao glamour que movimentava a elite artística que monopolizava as verbas públicas da Cultura”, escreveu.
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Hoje, lançamos uma importante campanha de valorização do circo. Uma área por muito tempo desvalorizada, por não servir ao glamour que movimentava a elite artística que monopolizava as verbas públicas da Cultura. pic.twitter.com/ojQlFGw24L
Durante a solenidade, que aconteceu em Brasília, a primeira-dama discursou para os presentes: "Meus amigos, meu palhacinhos lindos", disse ao microfone, dando início a sua fala. "Olha, não aceito fazerem meme com o meu nariz, viu? Com certeza, ministra Damares, vai dar ruim", avisou durante o evento.
Na ocasião, além de Michelle em fantasia de palhaça, estiveram presentes entidades circenses; o presidente da Funarte (Fundação Nacional das Artes), Tamoio Marcondes; a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves; e o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto. Após discursos de autoridades, artistas fizeram apresentações de palhaçaria e malabarismo.
O lançamento também contou com a distribuição de cartilhas informativas com 30 páginas de explicação sobre a importância cultural dos circos e dados sobre direitos e deveres dos trabalhadores circenses. O documento traz informações sobre como artistas podem ter acesso “a programas de assistência social, de saúde e de educação" e reforça a intenção do governo de "estimular o incentivo à formação de público e auxiliar na redução dos empecilhos burocráticos”.
A campanha “Respeitável Circo”, no entanto, ainda não teve dados e mais informações publicados no Diário Oficial da União.
Dificuldades do setor
A dificuldade de acesso dos circos a programas de incentivo não seria, como afirmado pelo secretário Mario Frias, a “monopolização de verbas públicas da cultura” durante outras gestões. As artes circenses são beneficiadas, desde a criação da Lei Rouanet, dentro da categoria "artes cênicas". Porém, é um setor proporcionalmente menos beneficiado que os demais.
De acordo com estudos da Funarte, o real motivo é o fato de que muitos grupos circenses não possuem ferramentas e conhecimentos necessários para acessar editais e elaborar projetos dentro dos padrões exigidos pelo governo.
Durante a pandemia, os circos foram extremamente impactados pelas proibições de aglomeração, e os artistas tiveram que paralisar suas apresentações, dificultando a sobrevivência da classe em meio a crise.